... na beira da estrada, tá bichada ou tem marimbondo no pé!!!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Isso me irrita!


Olá, pessoal! Estive sumida daqui, mas já expliquei que estava muito ocupada e tal. Agora que estou de volta, quero falar de um assunto que todo mundo tem vontade de falar, mas só eu tenho a cara de pau necessária: a chatice alheia. Tem um monte de coisas que as pessoas fazem e todo mundo acha um saco, mas ninguém fala. Todo mundo finge que está gostando e achando bonito.

A primeira da lista são os filhos. Todo mundo já está careca de saber o que eu penso sobre crianças (se não souber, clique aqui), mas vamos deixar a minha rabugice de lado e fazer de conta que eu sou uma pessoa normal. Por que as pessoas que têm filhos acham que o resto da humanidade tem que achar os chatinhos engraçadinhos, fofinhos e fazer festa com eles? Aí, só porque em casa os pais fazem festa com a criança, esta por sua vez não sabe diferenciar o que é dentro de casa e o que é fora de casa, e acham que o resto do mundo também vai fazer festa pra elas. Afe! Meus vizinhos de baixo têm uma filha chatinha à beça. E eles também são uns chatos, porque já tiveram filho com certa idade, então mais parecem avós do que pais. Aí a garota é o centro das atenções em casa e acha que na rua deve ser também. Um saco. Outro dia eu cheguei à casa e ela estava na rua. Me viu entrar e colou a cara no meu portão, achando que eu ia fazer graça com ela. Entrei e não dei a mínima, porque não gosto de crianças. Depois dela foi um outro garotinho que mora aqui perto. Fez a mesma coisa, colou a cara no portão. Eu também fiz a mesma coisa: ignorei. Pessoas que têm filhos, coloquem uma coisa na cabeça: as únicas pessoas no mundo que acham seus filhos fofos, são vocês mesmos. O resto finge, só pra não ficar chato.

Outra coisa chata: gente que puxa papo em ônibus, fila de banco, etc. Odeeeio isso! Será que não dá pra perceber que isso é um saco e que ninguém gosta? Que as pessoas só respondem por educação, mas que no fundo elas preferem ser engolidas pela terra do que falar com um chato que não consegue calar a boca? Tipo, ninguém está interessado no que você tem para dizer, então não diga. Cale a boca e só converse com quem você conhece. Não puxe papo no ônibus, principalmente se a pessoa estiver sentada na janelinha, pois a paisagem é bem mais agradável do que você. Hunf!

Visita que chega de surpresa. Que uó! Você doido pra descansar, ficar a toa e chega um chato que nem foi convidado. Dá vontade de fingir que não tem ninguém em casa e esperar ir embora. Será que essa gente não sabe se colocar no lugar dos outros? Se fosse com ele, ele ia gostar? Não, é claro. Então por que as outras pessoas são obrigadas a gostar? Chá de Simancol está caro? Compra Sintocol então, que é genérico e mais barato.

Gente que não para de falar um minuto. Conheço um cara assim. Ele começa a falar e não para mais. E não adianta você sair de perto, olhar pro lado, falar alguma coisa, que ele não para. Nem pra respirar. Isso é horrível, porque te deixa sem a opção de sair, interromper o assunto pra ir falar com alguém mais interessante, ou pegar uma bebida, qualquer coisa pra se livrar da conversa dele que, além de interminável, nunca é interessante. É capaz de você sair, demorar horrores e, quando voltar, ele ainda estar falando. Uma pessoa dessa só pode ter algum distúrbio, não é possível. A Linguística cognitiva deve explicar.

Por hoje é só, povo. Beijos e ahazem nos comments, que eu sei que vocês também têm um monte pra reclamar... hehehe...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tô voltando

Oi, gente. Após longo período de hibernação, estou de volta. Como estou meio enferrujada, vou postar hoje um texto que eu achei por acaso e que gostei muito. É a minha cara, eu poderia ter escrito isso... hehehe... Mas como o autor chegou primeiro e escreveu, eu me resigno a reproduzí-lo. Beijo para todos.

***

O sarado e o doente


Sarado é o que o nome está dizendo, aquele que se curou. Mas se curou de quê? Do seu próprio corpo, ora. O cara (ou a cara, talvez; até mais ela do que ele) matricula-se numa academia, submete os tímpanos a uma dieta de música tecno, o estômago a um tratamento à base de aveia, banana, açaí e complementos alimentares, e começa a malhar os próprios músculos; isto é, castigá-los, descer o cacete neles, exatamente como o ferreiro faz com seu lingote em brasa e as crianças do subúrbio com seus judas de palha e pano – pois é daí mesmo que vem a palavra malhação, de onde mais?Então, se repetir esse ritual com bastante afinco por meses, anos, o indivíduo, finalmente, sara. Sara tanto que às vezes acaba doente, mas esse paradoxo vamos comentar depois. Por enquanto, basta ter em mente que sarado é aquele que se curou como se cura um paciente crônico ou um queijo minas, que nesse processo troca a sua textura molhada, molenga e fofinha (de frescal) por uma constituição seca e rija (de curado), mais ao gosto do nosso tempo.

Não que sarado seja uma invenção do nosso tempo. Sei que é difícil acreditar, mas a gíria preferida dos malhadores de hoje, com seu jeitão tão atual quanto um pote de Megamass 2000, é antiguinha. O Aurélio a registra há décadas, com o sentido, senão exatamente de malhado, de “forte, rijo, resistente”. Sua origem é incerta, mas não pode haver dúvida sobre o que quer dizer. Como exemplo, o dicionário traz um curioso texto de sabor regionalista tirado de um livro chamado Tiziu e outras estórias, de Nelson de Faria: “Seu Maneco, cabra sarado, duro que nem uma aroeira...”. Como não é lícito supor sem forçar demais a barra que o Seu Maneco bombeasse um Nautillus, acabamos por chegar à conclusão de que também se fica sarado na lavoura. Fisiculturismo e enxada. O que prova duas verdades complementares: algumas palavras hibernam; somos menos modernos do que gostamos de imaginar.

Uma primazia, porém, ninguém tira de nossa época: nunca se atribuiu tanto valor a músculos. Houve um tempo – meninos, eu vi – em que um homem de musculatura apenas funcional ou uma mulher de popô meio gelatinoso podia sobreviver muito bem na selva social com armas arcaicas: bom papo, senso de humor, informação geral, elegância, tiradas espirituosas, bons dentes, gosto no vestir. Como garruchas da guerra do Paraguai, porém, essas armas caíram em desuso: qualquer dia o governo do estado as junta no Aterro e passa um rolo compressor em cima. No máximo, ainda que raramente, são usadas como acessórios por saradinhas e saradões, no papel de pálidos coadjuvantes de seus peitorais, glúteos e deltóides. Mas, como não costumam combinar com tais protagonistas, aos poucos vão saindo de cartaz.

Até aí tudo bem – ou tudo mal, depende – mas resta a pergunta: o sarado sara de quê? Vamos à tese. O escritor Thomas Mann – um alemão com menos músculos que um gafanhoto – escreveu, em A montanha mágica, essa frase intrigante: “A doença torna os homens mais físicos, privando-os de tudo que não seja o corpo”. Pois então. Se a irremediável decadência de todos os seres vivos é, como parece ser, grande inimiga da humanidade nos dias atuais, sua moléstia de eleição, então está justificado o egoísmo generalizado de mergulhar no próprio corpo e paparicá-lo, como se paparica um enfermo, não está? Ninguém sara para sempre, mas isso não importa: importa fazer tudo o que for possível, para remar com todas as forças nesse sentido. Para os radicais, vale até tomar anabolizante de cavalo e, aí sim, ficar doente, muito doente, mortalmente doente. Mas saradíssimo.


RODRIGUES, Sérgio. “O sarado e o doente”. In: Jornal do Brasil, Revista de Domingo, 2004.

domingo, 20 de setembro de 2009

Tô viva!




Oi, gente, eu não morri. Passei por aqui pra dizer que estou em um momento de vida muuuuito enrolado, ocupado e desesperado, por isso não postei nada novo. Assim que der eu volto. Beijos a todos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Por um infeliz comentário...

Oi, gente. Quando alguém comenta aqui no blog, em qualquer post, mesmo que esse post seja antigo, o comentário vem direto pro meu e-mail. Isso facilita a minha vida, porque aí eu não preciso fuxicar todos os posts, desde o começo, pra ver os comentários e responder. Ocorre que há duas semanas eu recebi um comentário em um post antigo, Ver do que eu me livrei... não tem preço, que já até saiu daqui da página principal e foi pra página de postagens mais antigas. Olhem só o comentário que uma “Anônima” meeega nonsense escreveu pra mim:

Minha amiga, te falta sorte mesmo ou outra coisa...
Na lista dos seus ex, só tem coisa ruim!
Será que o problema não está em você?
Porque não deixa estes deuses do Olimpo que não tem resolvido nada e vá buscar o ÚNICO que pode resolver tudo?
Tá aí a sugestão de quem fez isso, e hoje é muito feliz ao lado de um homem com algumas graduações, mestrado e filhos lindos. Espero ter ajudado! Fica com Deus.

Tive de consertar uns errinhos de digitação, mas preservei os de pontuação. Olha a minha resposta:
Olá, coleguinha anônima. Só para constar, metade desses imbecis supracitados é crente. Eu já fui crente um dia, mas não me orgulho desse passado negro, simplesmente porque esse seu Deus nunca fez porra nenhuma por mim. Sou muito mais feliz agora que posso simplesmente ser eu mesma sem me preocupar com asneiras de "certo" e "errado". Você não ajudou nadinha com sua experiência de filhos lindos e, caso não tenha parado pra pensar, existe uma coisa chamada "verdade do texto", ou seja, nem tudo o que é escrito em literatura é verdade. Mas isso talvez o seu marido mega inteligente com Mestrado e muitas graduações possa te explicar. Outra coisa: por esses e outros comments anônimos fiz duas mudanças nas configurações do blog: proibi comentários anônimos e coloquei moderação. Agora o comentário só aparecerá depois que euzinha (a Rainha da Cocada Preta) deixar. Sem mais,

xoxo

Bruna.
Já queimei a mufa aqui tentando descobrir quem seria a tal “Anônima”, mas não descobri de jeito nenhum. Que eu me lembre, não tem nenhuma pessoa nas minhas listas de divulgação que se encaixe nesse perfil, o que facilita a minha vida na hora de soltar meu veneno, já que não sei mesmo com quem estou falando, então não preciso me preocupar em não ser grossa e nem ofender a pessoa. Bem feito. Se não fosse anônimo não passaria por isto. E por “isto”, eu me refiro à minha resposta e às considerações que eu vou fazer adiante.
Primeiro de tudo, a pessoa deveria saber que nem tudo o que reluz é ouro, ou seja, nem tudo o que se escreve em blogs é de verdade. E isso não vale só para blogs, vale também para romances, crônicas, contos e outras coisas, sejam elas publicadas na internet, em jornais, periódicos, livros impressos, e-books, etc. Por mais que haja semelhanças entre o texto e a vida de quem está escrevendo, nem tudo o que se escreve é de verdade. A gente sempre mescla os elementos e inventa coisas, então não dá pra tomar nada aqui como verdade. A gente só pode tomar por verdadeiros os textos de notícias de jornal, as biografias, os diários, etc.; e mesmo assim, sabendo que todos esses discursos são afetados pelo ponto de vista de quem escreve.
Em segundo lugar, odeio gente que te empurra a religião gola abaixo. Cada um no seu quadrado, né gente. Que saco! Se você acredita (ou quer acreditar), frequenta, tem fé, O PROBLEMA É SEU! Eu não gosto e tenho os meus motivos, pois experiência de vida a gente só adquire por conta própria. Não adianta vir gente daqui e dali achando que é superior, que vai pro céu e a gente vai pro inferno, que é melhor do que o resto da humanidade porque conhece a “verdade” e que pode revelar uma novidade baphônica que vai mudar a vida de todos os meros mortais. Francamente, a única verdade que eu sei – e que não dá pra contestar – é que esse povo é muito inconveniente, isso sim. Vive se metendo na vida dos outros e querendo influenciar o mundo. Que uóh!
No mais, só tenho a dizer que a minha intenção aqui no blog é fazer uma graça. Gosto de humor ácido e consigo fazer isso nos meus textos, mas o fato de eu escrever aqui não quer dizer que seja tudo verdade ou que tudo tenha acontecido comigo. Posso muito bem usar a vida dos outros e inventar coisas. Uma vez postei aqui um texto em co-autoria com uma amiga. Ela foi pra balada e eu não. Chegando lá teve uma situação engraçadíssima sobre a qual ela quis escrever. No final eu inseri uns comentários no texto pra ficar mais com a cara do blog. Pronto. Está aqui, mas eu nem vi acontecer e mesmo quem viu não escreveu tudo aquilo, porque eu mexi no texto. Espero que a Anônima leia isso, pra parar de falar besteira. Hunf!

UPDATE: olhem esse texto da minha amiga Cecilia. Falou todo o que eu queria e não consegui... hehehe...
http://clubedosrabujas.blogspot.com/2009/08/nao-pedi-sua-opiniao.html#comment-form

domingo, 23 de agosto de 2009

O pé-na-bunda digital



Oi, gente. Resolvi dar uma passadinha pra falar sobre um assunto que tem me inspirado muito ultimamente: o pé-na-bunda nosso de cada dia. Ocorre que o nosso bom e velho pé-na-bunda está cada vez mais moderno. Hoje em dia há “diversas variedades diferentes” (*) de tocos. Quando eu nasci já existia o celular (ai, não aguento essa gente que não admite a velhice chegando), mas houve um tempo em que só existia um telefone fixo sem bina, e você podia ligar milhares de vezes sem ser chamada de maluca. E mesmo quando eu era um bebezinho de colo e o celular era um tijolão pendurado na cintura, não existia nele o maldito identificador de chamadas. Além disso, quem tinha celular não ignorava as chamadas, como ocorre hoje em dia, simplesmente porque o cara queria exibir o tijolão pendurado, e dava orgulho quando aquilo tocava alto e o cara podia atender berrando pra todo mundo ver que ele tinha um celular. Era o máximo.

Hoje em dia as pessoas têm um celular de cada operadora, todos no vibra call e escondidos no bolso, na mochila, na bolsa, etc. Quando toca dá até medo de atender. O telefone fixo virou privilégio da família e amigos de infância. Pros outros a gente diz que não tem e pronto. Até que um dia, num futuro não muito distante, o telefone fixo deixará de existir. E com o advento do identificador de chamadas a gente se vê cada vez mais fazendo coisas bizarras, como por exemplo, pedir o serviço de número restrito à operadora. Mas tem gente que não atende ligações de número restrito, então a gente compra um chip novo, pois se a pessoa não atende ao seu número e nem ao número restrito, o jeito é ligar de um número diferente. Nesses casos também vale pegar emprestado o celular da santa melhor amiga, sempre solidária.

Mas além da evolução do toco via telefone, há outras formas oriundas do século XXI. Hoje em dia até o fuxico está controlado. Também tenho saudades do tempo em que havia um Orkut com doze fotos e todo mundo podia fuxicar sem ser descoberto. Mas aí inventaram a bina do Orkut e todo mundo passou a ter um perfil fake, pra poder fuxicar melhor sem ninguém saber. Até que bloquearam os álbuns, os recados, os vídeos e até os depoimentos. Estou vendo a hora em que até o Buddy Poke vai ser bloqueado. Que ódio.

O fato é que hoje em dia a pessoa pode te ignorar através de várias tecnologias. Você pode levar um pé-na-bunda via telefone fixo, celular (multiplica pelo número de operadoras existentes), Orkut, MSN, e-mail, e Twitter. Antigamente mandava-se recado por algum amigo, hoje manda-se recados digitais. Eu tenho uma amiga que nos anos 1990, levou um pé-na-bunda do noivo através de uma amiga que levou o recado. Só pra não sujar tanto assim a barra do rapaz, ele queria conversar pessoalmente, mas ela não quis mais falar com ele e ficou por isso mesmo. O recado era só um “precisamos conversar” que ela interpretou como término. Hoje é diferente. Um primo meu, por exemplo, levou um pé da namorada via depoimento de Orkut. (O_O) Poi zé, também fiquei bege. Já vi gente terminar por e-mail. Eu mesma já levei um pé via MSN, o cara me excluiu e pronto. Ainda bem que dá pra ver quem deleta a gente do MSN. Isso sem contar as vezes em que fui ignorada pela maldita bina do telefone. Quem nunca foi que atire a primeira pedra. Amo a tecnologia, mas às vezes, vou te contar, irrita!

Termino este texto com aquela célebre frase que eu não sei quem disse, mas serve pra dar um up nas bundas que sofrem com os pés alheios: “Não deixe que nada te desanime, pois até mesmo um pé na bunda te empurra pra frente”.



(*) Pleonasmo do pleonasmo em homenagem ao vendedor de doces do ônibus de outro dia: “Tenho aqui diversas variedades diferentes de doces... blá, blá, blá... alguém interessado?” kkkkkkkkkkkk............... Adorei e tô usando.

domingo, 16 de agosto de 2009

Ensaio sobre a velhice


Dia desses eu estava indo trabalhar em uma segunda-feira de manhã beeem cedo. Aqui pertinho tem um mercado que fica em frente a uma banca de jornal e bem no meio do meu caminho. Aconteceu que nessa segunda-feira, antes das sete da manhã, eu passei e tinha uma fila enoooorme na porta do mercado que ainda nem tinha aberto. Um monte de velhos em plena segunda-feira chuvosa (preciso ressaltar isso), um frio do cacete, fazendo fila na porta do mercado. ¬¬

Outro dia eu li o seguinte trecho no Chistudo, em um post sobre coisas irritantes:

“Gente velha: Velhos só servem para produzir esgoto e saturar filas, além de serem pessoas inconvenientes (atrapalham trânsito, congestionam passagens estreitas com suas sacolas ENORMES, e o resto já citei acima quando falei de filas).”

O cara poupou minha saliva, gente. Desculpa, mas tenho que falar. E que se danem os politicamente corretos que eventualmente se achem no direito de me criticar. Tô nem aí, já disse que quem manda aqui sou eu e pronto. Entrou porque quis, leu porque quis. Agora deixa eu completar o raciocínio. O que essa gente estava fazendo na fila do lado de fora do mercado em uma segunda-feira chuvosa enquanto eu daria um dente da frente para poder dormir até mais tarde? Só que eu preciso trabalhar, né, por isso acordo com o céu escuro, mas quando eu for velha e aposentada vou dormir até pelo menos nove horas da manhã. Não entendo essa gente que acorda de madrugada sem necessidade, depois de passar uma vida inteira reclamando porque precisa acordar cedo e pegar ônibus cheio. Por que eles não aproveitam a velhice pra acordar tarde e passar um dia chuvoso em casa vendo um filminho? Tomando chocolate quente, comendo pipoca...? Eu hein!

Outra coisa: odeio gente velha que veste a camisa da velhice e não evolui com o mundo. Que nem minha vó, por exemplo, que adora causar com a desculpa de que está velha. Outro dia ela se engasgou com um pedaço de carne e ligaram aqui pra casa dizendo que ela tinha tido um derrame. (O_O) Ou essa gente chata que anda pela rua se arrastando bem no meio da calçada e não deixam os outros passarem, se achando os donos da razão só porque são velhos. Ou esses velhos desocupados que passam o dia com a bunda colada no sofá e resolvem sair pra colar a bunda no ônibus ou metrô, e ainda acham que você que acordou cedo, pegou ônibus cheio, trabalhou, estudou e chegou ao fim do dia morto de cansaço ainda tem de levantar e ceder o lugar. Ah, não levando mesmo! Só levando pra mulher grávida e deficiente físico, porque esses também precisam ganhar a vida. Os velhos que me desculpem, mas pra eles eu não levanto, não dou lugar na fila do caixa e nem me sinto na obrigação de nada. Pô, só porque o cara envelheceu tem de se tornar um estorvo? Quando eu ficar velha, quero ser uma velha lúcida, saudável e pretendo me adaptar às mudanças no mundo e na sociedade, porque é isso que deve acontecer, e não o contrário, como pensam algumas pessoas.

Mas voltando à fila do mercado: não estava atrapalhando a passagem nem nada, mas eu achei muito estranho e fiquei pensando no desperdício das horas que poderiam ser usadas para o soninho da manhã, chocolate quente, filme e pipoca. Essa gente não sabe aproveitar a vida, ai, ai... Fiquei foi com uma invejinha branca de todo aquele tempo livre que eu não tenho, pensando nas manhãs em que eu preciso acordar com o céu escuro, no ônibus cheio.....

sábado, 25 de julho de 2009

O guia da confusão

Essa semana deu no jornal uma matéria sobre um guia turístico chamado Rio for Partiers que tava dando o maior quiprocó por causa de uma classificação das mulheres cariocas. Pelo o que eu entendi, o guia já existe faz tempo, mas tinha, sem autorização, a impressão do selo Brasil Sensational na capa, selo esse que serve para a divulgação do turismo brasileiro. Aí a EMBRATUR entrou na justiça pra tirar o tal do selo da capa e o guia de circulação, sob a alegação de que denegria a imagem da mulher brasileira e estimulava o turismo sexual.

Ok, vamos lá. O tão falado guia foi escrito por um brasileiro chamado Cristiano Nogueira, mesmo nome de um pastor famoso que tá bombando no Google. Além desse guia, ele escreveu um sobre Salvador, um livro de português para falantes de língua inglesa e um outro guia sobre o Rio de Janeiro em Espanhol, que eu não sei se é simplesmente uma tradução ou se é outro livro mesmo. Sei que a capa é diferente.

Peguei uma “amostra grátis” em PDF no site do guia para ver o conteúdo. A parte que classifica as mulheres não veio junto, mas está em todos os sites de notícias da web. A capa me agradou em parte, pois apesar de trazer fotos de bundas, não achei tão photoshopado. Tinha até uma bunda caída com celulite e tudo e uma outra com a cintura mais gordinha. Além disso, traz dicas sobre tudo no Rio de Janeiro, lugares para se hospedar, passeios interessantes, programas culturais, opções para os dias de chuva, música, baladas, comida e até dicas de outras cidades como Búzios, Ilha Grande e Petrópolis. Logo no começo tem uma espécie de mapa que explica o funcionamento básico da cidade: diz que o Rio se divide em quatro zonas principais (zona norte, sul, oeste e centro) e que o turismo se resume basicamente à zona sul e ao centro, que a zona norte é um subúrbio pobre onde quase nenhum turista aparece, e que o resto é zona oeste. As únicas exceções da zona norte são o Maracanã, a Floresta da Tijuca e a quadra do Salgueiro. Diz também que a Barra é onde começa a zona oeste e é o lado melhorzinho do subúrbio com praia, shoppings e vida noturna, e caso o turista fique curioso em saber como são as coisas no subúrbio que vá à praia do Pepê, à boate Nuth, à Joatinga e ao Barra Shopping, só pra ver qual é. Bem, já deu pra ver que o guia fala de várias coisas e não só de mulheres, né? Ok.

Depois disso vai falando da cidade até chegar à polêmica classificação feminina em quatro tipos. Como as traduções dos sites estavam muito ruins, mal pontuadas e completamente sem concordância, resolvi fazer uma edição no texto, porém sem alterar o conteúdo, pois meu blog não é a casa da mãe Joana e eu não publico textos mal feitos. Vejamos:

Britney Spears: são lindas e filhinhas de papai. Normalmente são metidas. Esqueça-as;

Hippie/ raver: são mais divertidas, fáceis de chegar, boas de papo, difíceis de beijar. É fácil beber e se divertir com elas;

As com mais de 30 anos: gostam de se divertir, dançar, beber e beijar. Trate-as como damas e elas o tratarão como um rei, talvez não esta noite, mas amanhã com certeza;

Popozudas: são máquinas de sexo. Elas malham, vestem calças apertadas que entram no bumbum, pintam o cabelo de louro e fazem de tudo para ficarem lindas. Bom investimento, já que o motel é sempre uma possibilidade com estas gatas... caso você também seja sarado.

Fora isso diz também que o cara não deve abordar a mulher na praia no fim de semana e nem se convidar para a casa dela, mas sim chegar de vagar e fazer um passeio por perto dos melhores motéis. Só não diz que, numa dessas, o turista desavisado pode encontrar uma pistoleira pelo meio do caminho e levar um boa noite Cinderela da moça, ser assaltado e acordar sem passaporte. Bem feito, pra deixar de ser otário. Ninguém mandou sair de casa pra zoar no país dos outros.

Antes de discutirmos a tããão polêmica classificação, vamos ver primeiro outros aspectos. O guia é meio viagem, mas tem dicas muito interessantes, até mesmo para nós cariocas. Apesar de eu sempre criticar essa gente que pensa que Rio de Janeiro se resume à praia de Copacabana, eu achei engraçadíssima a forma direta com que o autor fala, assim na lata, que a parte do turismo é essa mesmo e pronto, acabou. Também achei engraçadíssima a dica sobre a Barra da Tijuca. Realmente, se o cara for a esses lugares indicados, vai ter a ideia exata do que é o subúrbio carioca, afinal a Barra é igualzinha a todas as outras partes do subúrbio, incluindo os bairros por onde passa a linha dois do metrô.

Agora falando sobre a classificação feminina. Tem também uma parte dedicada os meninos, que vem logo depois da parte que fala do Dia Gay (que deve ser a Parada Gay de Copa), então eu imagino que seja dedicada aos gays, já que mulher não viaja e muito menos beija na boca. Até agora ninguém tocou nessa parte nem disse se tem ou não classificações pra eles também. Nem preciso dizer que eu estou roxa de curiosidade. Mas quanto à parte feminina da coisa, vamos analisar. A primeira delas é a do tipo Britney Spears. São as patricinhas que moram na zona sul e na Barra. O autor do guia fala pro turista deixá-las pra lá. Uma injustiça, e um erro de classificação. As patricinhas adoram um turista sarado. Elas não gostam é de cariocas pobres e sem noção que não têm dinheiro nem pra rachar a conta, mas aí nem eu gosto. A segunda é a hippie/ raver, as alternativas, muito divertidas e boas de papo. Se o turismo se resume à zona sul e Barra, tem até chance da moça falar um inglês fluente e pode ser que role boa comunicação. A terceira é a mulher com mais de 30, nesse caso aquelas desesperadas que não podem ver um homem que já caem matando. A Britney que se cuide, pois se tem uma coisa péssima para uma mulher de 20, é a mulher de 30. Problemão. E a quarta é a popozuda, aquela que o turista só vai ter duas chances de encontrar: uma se ele for fazer turismo em alguma favela da zona sul, e a outra se ele se aventurar pela zona norte e resolver dar uma chance à quadra do Salgueiro em dia de Furacão 2000. Fora isso, só levando o cara pra dar um passeio nos pontos obscuros do subúrbio, aqueles que o guia não recomenda. Mas a popozuda constitui outro erro de classificação: elas não gostam só de caras sarados, elas gostam de qualquer um que tenha – desculpem a linguagem chula – pica, e se essa pica tiver dinheiro, melhor ainda. Quem gosta só de sarados é a Britney.

Até aí, não vi nada de mais. Tem milhares de textos na internet falando sobre isso, criticando o guia, e que a imagem do Brasil é péssima por causa do Rio de Janeiro e blá, blá, blá. Até eu, antes de saber direito do que se tratava, fiquei pê da vida, mas quando li as classificações o que senti foi vergonha, porque o que acontece ali é simplesmente uma constatação de fatos. Infelizmente é assim que muitas mulheres se comportam e a classificação se encaixa perfeitamente em tais comportamentos. As mulheres deveriam é se valorizar mais, e não reclamar do modo como são vistas. Se são vistas dessa forma é porque fazem jus a isso. Eu sou mulher e sinto vergonha por muitas mulheres por aí. Bem feito que deu esse furdunço todo, e tomara que essas otárias se manquem e parem de esfregar na cara de tudo quanto é homem que aparece. Tudo bem que nem todas as mulheres se comportam dessas formas, mas é fato que esse tipo de comportamento existe. E o que mais indignou o povo foi a classificação das “popozudas”, por serem chamadas de “máquina de sexo”. As classificações “Britney” e “mulher com mais de 30”, igualmente ofensivas, nem estão incomodando tanto. É como se fosse bom ser tachada de "patricinha inútil" e "trintona desesperada", mas “máquina de sexo” não pode. E se fosse uma classificação masculina, “máquina de sexo” seria digno? Seria mais que digno, seria até um elogio aos garanhões de plantão. Francamente, espero que isso sirva de reflexão. Retirar o guia de circulação não vai mudar nada, a realidade de putas desse país continuará sendo a mesma. O que tem de mudar é o comportamento dessa gente, isso sim. E nem digo isso pra me fazer de santa, porque não sou mesmo e todo mundo sabe disso. O que eu estou tentando dizer é que os homens tratam a gente mal porque nós deixamos. E deixamos porque não nos valorizamos. Então bem feito pra gente!

Quanto ao resto, estou esperando um guia que inclua como opção de passeio um tour pela favela de Rio das Pedras em dia de feira, com direito a dançar funk no Castelo; uma passadinha no Hip Hop do viaduto de Madureira e na Feijoada da Portela. Depois um breve banho de sol no posto 11 do Recreio dos Bandeirantes, com direito a virar a esquina e dar de cara com aquela favela horrorosa que é vizinha dos prédios chiques que ficam em frente à praia. Outra excelente opção de praia é a Barra de Guaratiba, com o esgoto saindo das casas e passando pela areia, onde o nosso querido turista estaria tomando seu banho de sol para pegar bem a marquinha dos óculos na cara, até chegar ao mar, onde mais tarde ele daria seu mergulho. No dia seguinte pode-se fazer escala na Via Show e na Rio Sampa. Pra shopping podemos pensar em Norte Shopping em dia de sábado ou pegar um cineminha no Madureira Shopping Rio, só pra ver qual é. Aí sim, depois disso tudo me digam se tem ou não tem turismo no subúrbio. Essa gente é engraçada: vai fazer turismo nas favelas da zona sul, com direito a bala perdida e toque de recolher, mas não podem dar uma passadinha no subúrbio porque aí perde o status de turismo. Francamente...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um homem ou um gato?




Olá, pessoas. Desculpem a demora, mas eu estava sem inspiração. Agora que minha inspiração voltou, quero falar sobre um assunto que foi objeto de reflexão hoje à tarde, no meu momento de ócio contemplativo, tão necessário à criação de coisas úteis como, por exemplo, os textos que eu posto neste blog de vez em quando. Aposto que se o G1 ficasse dois dias sem atualizar vocês também reclamariam horrores com a equipe.

Bem, eu estava aqui hoje lembrando de um fato ocorrido há um tempinho, mas que me marcou. Acho que a lembrança veio por causa de duas coisas horríveis que me aconteceram hoje: a primeira foi um passarinho que entrou no meu quarto pela janela, e a segunda foi um bicho, que eu acho que era um besouro verde, que também entrou pela janela um pouco depois do passarinho. Eu moro em um lugar bastante urbanizado, mas acho que os bichos estão ficando sem espaço na natureza e por isso estão se mudando para a cidade grande. No primeiro evento eu tive sorte: o passarinho entrou e saiu sozinho. Ufa! Já no segundo evento, o besouro maldito entrou e se escondeu dentro de uma bolsa de palha que estava no chão do quarto e eu tive de jogá-lo fora por conta própria. Estou traumatizada. E nem preciso dizer que tenho pânico absoluto de qualquer coisa que voe perto de mim. Desde sempre, não sei por quê.

Depois desses dois eventos e do sufoco que passei pra conseguir jogar fora o besouro xexelento, me lembrei de um dia em que eu estava na faculdade e do nada apareceu uma caixa cheia de baratas dentro, no meio do corredor. Ok, eram umas duas baratas, mas mesmo assim eu fiquei impedida de passar para chegar ao banheiro. Nisso tinha um otário no corredor e quando eu, minha amiga e mais uma menina lá começamos a dar chilique (super normal), ele ficou: “coitada da barata... blá, blá, blá... tá com medo disso?” Que ódio! Um loser! Aí eu não perdi a oportunidade e comecei a gritar bem alto que em letras só tem veado e que numa hora dessas não aparecia sequer uma sapatão pra matar a porra da barata. Essa foi pra ele, lógico. Babaca!

Odeio homem que não mata barata e outros insetos. Um bando de maricas que ainda dizem que estão com pena da praga pra inventar desculpa esfarrapada. Matar barata é coisa de homem, eu sou fresca e tenho pânico, mas os bofes de hoje em dia são um bando de donzelas que têm medinho de matar barata. E depois tem gente que não entende por que algumas pessoas nunca se casam. Eu explico: se for pra casar, quero um Homem que mate a barata. Senão eu fico solteira e crio um gato pra matar barata, rato e outras pragas eventuais. E com a vantagem de que o gato é carinhoso, companheiro e amigo, enquanto alguns homens... bem, deixa pra lá.

Termino este texto com um recadinho para os machu-chus de plantão. É mais um alerta: sejam homens e aprendam a fazer coisas de homens, porque já que vocês cobram da gente certas atitudes, precisam fazer por onde. Além do mais, as mulheres hoje matam um leão por dia para sobreviver e já estão acostumadas a serem independentes, mas quando o assunto é relacionamento elas querem ficar do outro lado, querem se sentir protegidas, para fugir um pouco da rotina. A ideia é essa. Então nem adianta vir com esse papinho de que mulher tem que matar barata. Até tem, mas já que é pra isso, então não precisa de homem. Se quiserem fazer parte das nossas vidas, tratem de virar machos, e deixem de ter medinho de barata, porra! Pronto, falei.

sábado, 4 de julho de 2009

A morte de Michael

Michael Jackson morreu. Semana passada, na quinta-feira. Hoje é sábado da semana seguinte e ainda não se fala de outra coisa. Será que até o Natal ele será enterrado?
Tem mais de uma semana que só se fala disso em todos os meios de comunicação existentes. O cara já vendeu milhões de álbuns depois de morto, tanto que deu até pra pagar as dívidas dele. Vendeu mais que Elvis Presley com sua morte também repentina. Já fizeram missa de sétimo dia pra ele no Rio de Janeiro, já fizeram estátua homenageando-o em uma galeria em São Paulo e o velório vai ter até ingresso sorteado para os fãs. O site da internet onde é feito o cadastro para o sorteio já recebeu zilhões de visitas. O caixão dele será coberto de ouro e forrado com veludo, mais confortável do que a minha cama. Mas ele é o Michael Jackson, né, merece descansar em paz em um super caixão de veludo e ouro; além do passeio numa carruagem linda, toda branca, igual à da Cinderela. Pelo menos não vai virar múmia, como estavam falando. Até o testamento dele e um documento de avaliação de seus bens estão disponíveis em PDF.
A questão é: pra quê essa palhaçada toda? Por que tanto fuzuê em cima da morte de uma pessoa? Todo mundo morre, a morte é pressuposta pela vida, e não deveria ser esse tabu todo. Além do mais, a morte do MJ está abafando várias coisas que deveriam ser divulgadas pela mídia, como por exemplo, a queda desse avião no Oceano Índico que teve uma menina sobrevivente, mas em vez de ser super falada como toda queda de avião, só saiu o cheiro da notícia, porque MJ morreu e o mundo todo está muito ocupado acompanhando a morte dele pra pensar em outras 152 pessoas que morreram nesse avião que caiu.
Tudo bem que eu também acho um saco esse super consumo em cima dos acidentes de avião, mas trocá-lo pelo super consumo em cima da morte do MJ é ridículo. Nem Lady Di teve isso tudo. Nem o Rei do Rock teve isso tudo. Nem Frank Sinatra. É o primeiro enterro da história com ingresso e tudo, e se isso virar moda, preparem-se para a morte da Madonna – sim, ela também vai morrer um dia, desculpem. Tomara que o enterro dele saia logo, pelo amor que Afrodite tinha pra dar pra todos os deuses do Olimpo!

Caixão de MJ


Carruagem da Cinderela


domingo, 21 de junho de 2009

Ver do que eu me livrei... não tem preço.

Olá, pessoas! Esses dias tive uma lição de vida e tanto. Eu sempre fui dramática, sempre tive auto-piedade e sempre reclamei da minha falta de sorte no amor. Toda vez que dava alguma coisa errada eu fazia o maior drama e reclamava horrores. Até passar e o próximo drama acontecer. Era um ciclo. Como eu sou pisciana, vamos duplicar o drama e a volubilidade. O tempo passou, eu continuei azarada, até que resolvi deixar isso pra lá. “Não dá pra amar e ser feliz ao mesmo tempo”, já dizia Nelson Rodrigues. Fazer o quê... Mas aí aconteceu uma coisa esses dias que me fez repensar tudo isso.


Quando eu era mais nova e ainda tinha fé, eu frequentava a igreja. Quem vai à igreja sabe que arrumar namorado lá é impossível, porque sempre que chega um homem solteiro a mulherada cai em cima que nem formiga em cima do açúcar e, somando isso à natural cafajestagem masculina, as chances de alguém ser feliz no amor são praticamente nulas. Além disso, tem o problema do jugo desigual. Crente só pode namorar crente. Senão é pecado e contra a vontade de Deus. Blá, blá, blá... Desse jeito, a única coisa que eu consegui na igreja foi me frustrar cada vez mais, porque o mercado era muito mais competitivo do que na vida real e porque eu não tinha o menor jogo de cintura. Assim eu desperdicei os melhores anos da minha vida e aprendi que religião é a maior palhaçada.


Naquela época, tinha um bofinho lá na igreja que ficou a fim de mim. Pediu meu telefone, me ligou e me chamou pra sair. Mas eu era burra e acabei dispensando o cara totalmente sem querer, e depois não soube como consertar a situação. Conclusão: ele arrumou uma outra namorada lá mas continuou olhando pra mim até que desapareceu completamente e eu segui me lamentando da minha falta de sorte. Daí eu me mudei, segui meu rumo, e continuei me lamentando. Até um dia desses quando, no trabalho, dei de cara com o bofe.


A escola em que trabalho entrou em obra porque agora o Governo do Estado está instalando ar-condicionado nas salas. Pelo o que eu entendi, tem uma empresa terceirizada cuidando disso, e o tal bofe trabalha nessa empresa. Foi aí que veio a epifania: ele é pião. Écati. Eu estava indo embora com um colega meu e dei de cara com ele, mas não reconheci logo. Aí ainda pensei, falei com ele... e lembrei. Mas como o colega tava junto e a gente tava com pressa, deixei pra lá. Nem sei se ele lembrou de mim, e também não quis saber. Fui embora e pronto. Depois nem encontrei mais.


O fato é que ele não evoluiu. Imagina se eu tivesse ficado com ele e o relacionamento vingasse. Onde será que eu estaria enterrada agora? E todos os meus anos de graduação? Eu hein, dei graças a todos os deuses do Olimpo pela falta de sorte que, na verdade, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Depois disso comecei a pensar em todas as outras situações e me dei conta de que todas as minhas desilusões foram bem-vindas. Por três motivos: um é que todos os caras que eu perdi na vida não evoluíram, continuam enterrados em suas vidinhas medíocres, enquanto eu mudei bastante e segui em frente, enquanto poderia ter tido o mesmo fim. O outro é que tive um bom crescimento pessoal, o que não me matou me fortaleceu. E o último é o que eu sempre digo: é muito bom crescer sozinha, porque você sabe que o mérito é só seu, e isso é infinitamente mais gratificante do que precisar sempre de alguém pra de empurrar. Fiz até uma lista dos fracassados:


Meu primeiro namorado está até hoje enfiado na casa dos pais. Era militar, mas da última vez que eu tive notícias ele estava para pedir baixa porque é um fracassado que não consegue terminar nada na vida e não se adaptou à carreira com a qual ele havia sonhado tanto. Já começou umas três faculdades e não terminou nenhuma, enquanto eu já tenho até orientadora pro mestrado. Vai acabar igual ao pai dele, sustentado pela mulher.

Meu segundo namorado é outro fracassado que só sabe reclamar da vida e se lamentar porque me perdeu. É uma criatura depressiva que não consegue se ajudar e nunca conquistou nada na vida. Mora no mesmo lugar desde que nasceu, não construiu uma carreira e, como passou a vida agindo como um perfeito canalha, agora colhe os frutos.

Meu terceiro namorado também é outro chato e, apesar de ser o mais evoluído, só sabe reclamar da vida, se lamentar e não consegue ver o lado bom de nada. Nunca vai conseguir ser feliz no amor, a menos que encontre alguém tão chata quanto ele. E mesmo assim os filhos correrão grande risco de Chatice Crônica, doença grave que faz com que a criança não tenha amigos e que ninguém goste dela. Agora ele está namorando uma amiga dele de anos, só que antes ele falava mal dela porque ela era obesa, piranha e bêbada. Agora estão lá juntinhos. Vai entender...

Agora os peguetes e demais desilusões: um é um idiota mal resolvido que se apaixona a toa, já ficou noivo uma porrada de vezes mas não dá certo com ninguém. Tem baixa auto-estima e problemas de rejeição familiar, o que acaba resultando em uma necessidade absurda de parecer legal. Também está até hoje enterrado na Zona Rural e frequenta a igreja todo domingo.

O outro já era cheios de problemas em casa e casou com uma menina mais nova que eu, também cheia de problemas em casa, dos quais muito provavelmente estava doida pra se livrar. Da última vez que tive notícias soube que eles brigavam muito, mas como a Bíblia condena o divórcio, continuam casados. Fora isso, continuam enterrados na Zona Rural e frequentam a mesma rodinha de amigos de sempre, os mesmos lugares de sempre e a mesma igreja de sempre. O cara tem o mesmo emprego de sempre, em uma empresa privada, que pode demiti-lo a qualquer momento, mas ele é muito sem ambição pra tentar algo mais sólido.

O outro é um policial que eu nem sei que fim levou. Da última vez que tive notícias ele estava morando na Barra da Tijuca com a namorada que eu nem sabia que ele tinha, mas que, segundo ele, o relacionamento estava bastante desgastado. Como ele é choco e não gosta de ficar sozinho porque não deve achar sua própria companhia muito agradável, está morando com ela e se não tomar cuidado vai morrer em mais uma pensão pra pagar no futuro. Problema dele, odeio gente emocionalmente dependente. Essa parada de abrir mão da minha vida em prol da vida dos outros não é pra mim. E como eu já disse os homens têm por hábito jogar tudo pra cima da gente. As mulheres que caem nessa se perdem pelo meio do caminho e ficam sem vida própria. Isso sem contar que, se ele traiu a tal namorada comigo, muito provavelmente me trairia com qualquer uma que aparecesse no caminho. Próximo!

O outro foi um estudante de direito metido a importante. Só que ele mora na favela, estuda na pior faculdade da cidade e pensa que é bonito. Nem preciso dizer o resto, né.

E por último temos o idiota da feira. Ele continua lá na pqp, sozinho, sem vida social e vai continuar assim pra sempre, porque ele é tão sem noção e tão vazio – profundidade de um pires – que se alguém ficar com ele será meramente por interesse na estabilidade financeira. Como eu sou boa demais, criativa demais e preciso da agitação da cidade grande, dou graças aos deuses do Olimpo pelo fora da feira. Além disso, a estabilidade financeira dele não é suficiente pra mim. Sou boa demais pra isso também, mereço coisa melhor.

Depois de fazer a lista percebi que nada é por acaso. Se existir algum tipo de Força superior no Universo, foi essa Força que me livrou de todas essas furadas e, pela fé do café, tem um bofe à altura esperando por mim em algum lugar. Só que agora eu tô com preguiça de procurar, então vou esperar que ele me encontre ou então que a tal Força o jogue no meu colo. Por hoje é só. Beijos e até a próxima.


sábado, 13 de junho de 2009

Dia dos Namorados


Grande merda!
Ontem foi Dia dos Namorados, e daí? Foda-se, não tenho nada com isso, não tenho namorado e só passei duas vezes esse dia acompanhada e nem foi bom. Não foi bom porque o namorado era um chato e porque eu era namorada dele mas ele não era meu namorado. Então foi uma merda, só pra me fazer gastar dinheiro com presente caro e ganhar porcaria.
Enfim... Odeio essas datas comemorativas inventadas pelo comércio. Já falei aqui o que penso sobre o Dia dos Pais, já boicotei o Dia das Mães e o próximo será o Natal. Até meu aniversário já entrou pra lista dos futuros boicotes. E o aniversário dos outros também. Pronto!
Ok, estou parecendo uma mal amada aqui reclamando, então deixa eu explicar logo antes que a coisa fique feia pro meu lado e eu passe de super-bem-humorada a super-mal-amada. O problema é que, como eu não tenho o hábito de passar esse dia acompanhada (kkkkkkkkk......), não estou acostumada a lembrar que isso existe. Mas sempre tem um Zé-Sem-Noção pra me lembrar e pior: me desejar “Feliz Dia dos Namorados” via Orkut, só pra ressaltar beeeem que eu não tenho uma droga de um namorado, que os homens do mundo estão acabando e que muito provavelmente eu vou morrer solteirona; e só não vou ficar pra titia porque não tenho irmãos – graças aos deuses do Olimpo que tiveram piedade de mim.
Será que alguém sabe me dizer o que leva uma pessoa a deixar um recado desses no Orkut da outra assim, sem mais nem menos? Eu hein! Isso é pra quem namora, né. Dã! Porra, se a pessoa não tá me namorando, por que diabos tem de ir lá no meu Orkut deixar essas merdas? Aff!!!
Espero que depois desse post ninguém, nunca mais, toque no assunto comigo. Não sei qual é a graça, francamente. A maioria dos casais passa o ano todo caindo na porrada e depois trocam presentinhos e juras de amor no único dia do ano reservado pra isso. Dia esse que o comércio reservou, não podemos esquecer. E mesmo assim, se você resolve sair de casa num dia desses, como eu resolvi sair hoje, que é sábado pós Dia dos Namorados, dia em que muitos casais que não puderam se ver ontem por causa de trabalho, etc. resolveram “comemorar”, pode reparar na cara amarrada de oitenta por cento deles e muitos arrastando crianças pelo braço. Realmente, muito romântico. ¬¬
Falando sério, quem se ama de verdade e é feliz junto de verdade não precisa dessa palhaçada. Eu não quero um romance fake assim, quero um romance que seja especial todos os dias e que não precise de artifícios comercias pra dar uma apimentada. E outra coisa: vamos respeitar o espaço de quem está sozinho, né? Porque não tem nada mais inapropriado do que ter piedade dos solteiros e sair por aí desejando feliz dia disso, feliz dia daquilo... Isso quando não fazem pior, porque eu já vi amigas se presentearem entre si pra suprir a falta do namorado. Eu hein... Como se fosse o fim do mundo não ter namorado. Como se fosse o fim do mundo ser livre pra fazer o que se quer fazer no fim de semana, pra passar o dia de pijama na cama com o gato ou pra usar aquele blusão meio rasgado super confortável que faz parte da sua gaveta há uns dez anos. Coisas que só uma pessoa solteira pode se dar ao luxo. E dormir sozinho é o máximo, ter a cama só pra você, soltar pum debaixo do cobertor sem se preocupar com a presença do outro que só dorme com a TV ligada enquanto você precisa de escuro e silêncio absoluto. Vamos deixar de palhaçada e aproveitar a solteirice. Afinal de contas, tudo na vida tem um lado positivo e essa é a nossa fatia do bolo. Então vamos saboreá-la antes que acabe, porque depois será tarde pra chorar o leite derramado.

sábado, 6 de junho de 2009

Sem noção mandou lembranças...

Olááá!!! Estou inspirada. Adoro quando coisas bizarras acontecem porque ganho material criativo... rsrs...
Eu já andei falando aqui do Senhor Tranqueira, um bofe mega sem noção que me chamou pra sair mas não tinha dinheiro. E também contei que ele andou me ligando algumas vezes e eu sempre dando um jeito de mandá-lo pastar. Ele é tão sem noção, que meu telefone de casa mudou e ele ligou pro meu celular perguntando se o fixo tinha sido cortado. Um cara desses merece pastar, pelo amor... Já tinha um bom tempo que esse idiota não me ligava, mas esses dias ele resolveu me lembrar de sua existência. Me ligou depois de quase um ano. Eu não fazia ideia de quem estava falando e ele achando ruim porque eu não estava reconhecendo a voz dele... aff! Dei um jeito de mandá-lo à merda e fui ver a novela das oito. Eu hein! Não satisfeito ele me ligou hoje de novo, uma semana depois, reclamando que eu não tinha ligado pra ele e, novamente, achando que eu deveria reconhecer sua voz. Fala sério. Eu, de novo, mandei-o à pqp e fui comer alguma coisa (a novela já tinha acabado).
Nessa altura do campeonato, eu já me tornei uma mulher mais centrada... Ah, porra nenhuma. Eu tô é de saco cheio de quebrar a cara e me enfiei em uma redoma de auto-proteção. Tá muito bom pra mim. Mas aí vieram as reflexões e as tentativas de auto-compreensão. Numa dessas eu me peguei pensando em como os homens são imbecis. Eles nunca terminam com a gente, preferem morrer a fazer isso. E eu não acredito que seja porque não querem o conflito e tal. Eu acredito mesmo é que eles não são homens – leia-se machos – de verdade e não assumem suas atitudes. O objetivo é deixar a otária na geladeira pra usar qualquer hora, como num sábado à noite em que estejam em casa sem nada pra fazer, igualzinho esse babaca pensa que vai fazer comigo. Só que ele não sabe que, enquanto ele foi plantar o milho, eu já estava com a pipoca pronta; e também não sabe que eu sou mais macho do que ele. Eu assumo os meus atos, banco as minhas decisões, sei quando quero e quando não quero uma pessoa, e deixo isso claro. E para ficar mais claro ainda, se ele ligar de novo, vai ouvir com todas as letras que eu não quero, e além disso vai ouvir o motivo. Vou ensinar pra ele o que é ser homem.
O fato é que cada vez mais os homens usam o feminismo para jogar pra cima da gente toda a responsabilidade das relações, e como tem muitas mulheres por aí que ainda caem nessa, eles se aproveitam. E a gente deixa. Mas agora eu cansei, não deixo mais e pronto. Ainda mais agora que descobri as maravilhas do vibrador de coelhinho (vide post abaixo). Ninguém vai me deixar na geladeira, porque quando o idiota chegar pensando que tem chances, eu digo na careta de pau que eu não quero e que ele perdeu qualquer chance que poderia ter quando pensou que iria me deixar na geladeira. Se não estava a fim, fosse homem e dissesse isso. Pronto. No fim das contas esses caras são um bando de maricas, isso sim. Conheço muitas mulheres que são muito mais macho do que eles. E se algum homem ler isso e não gostar, que nem ouse deixar nos comentários. Já falei que eu sou a dona da casa, a Rainha da Cocada Preta. Se eu não gostar do comment, apago e pronto, acabou! Hunf!

domingo, 31 de maio de 2009

O homem-vibrador




Olá, gente! Estou de volta. Espero que não tenha enferrujado, depois de tanto tempo sem escrever nada... aff! As últimas semanas foram realmente muito complicadas, agora preciso me desprender um pouco dessas confusões. Só pra vocês terem uma ideia (sem acento), essa noite eu até sonhei com trabalho... eu hein! Mas deixa isso pra lá e vamos ao que interessa.
Desde que eu comecei com o blog as pessoas me dizem que isso aqui é muito Sex and the City, mas eu nunca tinha assistido à série nem ao filme. Então comecei a baixar os episódios, mas nunca dava tempo de assistir. Agora que fiquei órfã de Gossip Girl, Ugly Betty e Grey’s Anatomy, que pausaram e só deus sabe quando começarão novamente, eu resolvi me entregar ao novo vício e, adivinhem só, eu poderia ter escrito aquilo... kkkkkkkkk............ Sério, é muito a minha cara. Tô adorando, preciso tomar cuidado senão não produzo mais, só vejo Sex and the City. É a única série que eu seria capaz de rever todos os episódios vááárias vezes. Hoje eu estava aqui assistindo ao episódio nove da primeira temporada e cheguei a uma conclusão muito interessante. Mas deixa eu começar do começo senão ninguém vai entender lhufas.
Estou na minha fase solteira-feliz-da-vida – sim, isso existe e é perfeitamente possível – o que significa que eu cansei de me sentir vulnerável e resolvi ficar quieta no meu canto. Para fazer dar certo e não cair em tentação, eu trabalho muito e fico muito cansada, o que me faz querer ficar em casa sozinha sempre que possível recarregando as energias – sou pisciana e agarro na casa, minha casa é minha fonte de energia. Outra coisa que me ajuda a seguir em frente é o dinheiro que eu recebo no fim do mês, pagar as contas em dia é uma coisa muito estimulante. Então com uma equação muito simples (muito trabalho + dinheiro = cansaço e baixa libido) estou no caminho certo para me tornar uma “mulher de carreira” solteira, sem filhos e sem vida social. Que se dane, o dinheiro compensa. Então numa dessas de recarregar energias eu estava aninhada na minha cama com meu travesseiro high quality me entregando ao meu novo vício, quando apareceu esse diálogo do vibrador. As personagens estavam lá falando sobre relacionamentos e tal, e a Miranda começa a falar sobre a utilidade do homem. Vou reproduzi-lo:

Miranda: Qual é o problema? Daqui a 50 anos os homens serão obsoletos. Já não podemos falar com eles, já não são necessários para ter filhos e nem para fazer sexo, o que acabo de descobrir com prazer.
Samantha: Acho que alguém comprou seu primeiro vibrador.
Miranda: Não é o primeiro, é o melhor, e me apaixonei por ele.
Charlote: Por favor, parem! Isso é triste.
Carrie: Não vou trocar um homem por um aparelho à pilha.
Miranda: Você diz isso porque não conhece o “coelho”.
Samantha: Ah, se for comprar um vibrador, compre um chamado “cavalo”.
Charlote: Um vibrador não liga pra você no dia do seu aniversário. Um vibrador não te manda flores. Você não pode apresentá-lo para sua mãe.
Miranda: Bem, eu já sei de onde vem meu próximo orgasmo. Quem mais aqui pode afirmar isso?
E as outras ficam com cara de tacho.

Assistindo a esse diálogo esclarecedor e instrutivo eu cheguei a uma conclusão na minha vida: eu já namorei um vibrador. Sim, eu tive um namorado que era um vibrador, só não tinha a vantagem principal, ou seja, não dava pra usar na hora que quisesse, porque seres animados têm vontade própria. Então nesse caso, um vibrador rosinha com um coelhinho e controle remoto – igual ao que aparece na série – seria infinitamente mais vantajoso, porque o ser humano em questão sequer sabia o dia do meu aniversário, nunca quis conhecer minha família e nunca me mandou flores. E me namorou por mais de um ano. Poi zé. Também estou sem palavras. Pensando por esse caminho, percebi que um vibrador é infinitamente mais útil do que um homem desses. Porque está sempre disponível e pode ser até mais carinhoso. E melhor: você escolhe o tamanho, não tem de se contentar com pouco. E do jeito que a tecnologia está avançada, daqui a um tempo o vibrador vai conversar com você, enquanto os homens estão anos luz longe disso.
No fim das contas, enquanto escrevia este texto, fiz pesquisas sobre o mundo dos vibradores enquanto procurava a imagem do tal “Rabbit” (esse é o nome dele) para pôr aqui, e descobri coisas incríveis que me fizeram destinar parte do meu próximo pagamento para a compra de um brinquedinho assim. Afinal de contas, o dinheiro compra até amor sincero... hehehe..., e agora um vibrador super combinaria com meu atual estilo de vida. Tem até vibrador que vai no ritmo da música, é só conectar no mp4. E do jeito que os homens são um bando de fdp, é melhor mesmo aprendermos a viver sem eles, afinal de contas a canalhice é uma doença do cromossomo Y. Então é isso. Beijos e até a próxima.

sábado, 16 de maio de 2009

Here I am...


Oi, gente! Eu não morri! Também não fui abduzida por um óvino ou coisa parecida. Eu só desapareci temporariamente porque estou trabalhando muito e estudando e fazendo pesquisa, então está difícil arrumar tempo para novas postagens. Minha cabeça está fervilhando de idéias, mas não tenho tempo de sentar para digitá-las. É como dizia Nelson Rodrigues: não dá para amar e ser feliz ao mesmo tempo. Se eu tivesse tempo livre estaria reclamando de falta de dinheiro, mas como tô trabalhando a beça pra ter din din, estou reclamando de falta de tempo... ¬¬' Wathever... Mês que vem a coisa do tempo deve melhorar e eu volto para vocês. Beijos para todos e me perdoem.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Compras e chocolate


Oi, gente! Aqui um texto novo pra ninguém me dizer que o blog está entregue às moscas ou que a Laranja Madura está azeda. Estou há dias tentando escrever algo novo, mas toda vez que eu ligo o lap top o MSN me atrapalha. Mas hoje eu estou meio puta da vida e resolvi escrever um pouco pra distrair a cabeça. Além do mais preciso de um pretexto pra adiar um trabalho chato de latim que eu preciso mandar ainda hoje por e-mail para o professor da faculdade. Sei que hoje estou tão puta que nem compras me deixaram de bom humor. Até calcei um sapato novo que comprei, pra ver se melhora, mas não está resolvendo. E ainda por cima estou com remorso pelo dinheiro que gastei. Já até me afoguei no chocolate da Páscoa, mas nem chongas. Daqui a pouco vou abrir uma colomba pascal que está fechada – não sei porquê – pra ver se dá jeito. Não quero nem pensar na fatura do cartão de crédito que virá mês que vem. Ah, foda-se! Vou dar uma de Wilhelmina Slater, eu quero é viver bem.

Pois bem. Essa semana – que começou ontem – aconteceram coisas bizarras comigo. Eu atraio coisas bizarras. Ontem eu estava esperando o ônibus, aí do nada um cara que eu nunca vi mais gordo puxou assunto. Odeio isso. Eu nem dava idéia, mas nada de ele calar a boca. Aí ele disse qual ônibus iria pegar e, para meu azar, advinhem só: era o mesmo que eu. Pqp!!! Aí, papo furado vai, papo furado vem, ele falou que era testemunha de Jeová! Socorrooo!!! E eu atrasada, doida pra entrar no ônibus, mas aturar a chatice de uma criatura sem noção que, ainda por cima, queria pregar pra mim, não ia rolar nem que o mar se abrisse de novo. Aí, quando o ônibus chegou, eu falei assim: aí, seu ônibus chegou. Tchau! kkkkkkkkkkkkk................ Mega sem noção. Despachei o chato e me atrasei mais ainda. Dane-se.

Quando cheguei à faculdade ainda tive de explicar o atraso. Imagina a cena: ah, professor, me atrasei porque tinha um testemunha de Jeová no ponto do ônibus e eu fugi dele que nem a escova foge da chuva. Enfim. Tipo da coisa que só acontece comigo. Mas foi até bom, porque eu deveria levar um texto traduzido do latim para o português, que eu levei, mas traduzi via internet em um site que catei em uma comunidade do Orkut. Imagina só se eu chego cedo e ele me pergunta alguma coisa! Bendito chato-testemunha-de Jeová... hehehe... E ainda ganhei meu ponto porque fiz a tradução. Tava tudo errado, mas eu tentei... rsrs...

Aí hoje eu fui resolver uma coisa na rua, coisa essa que não deu em nada, e aí eu fiquei muito pê da vida, e resolvi afogar minhas mágoas no shopping. Tinha uma promoção de sapatos baphônica, comprei três pares: um cinza, um roxo e um cor de vinho bem escuro. Não satisfeita, entrei em uma loja que tinha uma blusinha muito fofa e comprei também. E quando já estava vindo embora dei de cara com uma bolsa muuuito maneira que precisava ser minha. Ela até me chamou: me leva, me levaaaa!!! Comprei a bolsa, mas mesmo assim não fiquei feliz. Pela primeira vez na vida não pude ser feliz em um shopping. Acho que estou doente, chama uma ambulância já porque isso não é normal!!!

Voltei para casa. Quando cheguei ao portão do condomínio tinha um carro parado, atravancando a passagem. Olhei de longe e reconheci: era o carro de uma pessoa da família, ou melhor, do lado podre da família, uma pessoa com quem eu não falo, que eu não quero ver nem pintada, mas que, por ironia do destino, mora no mesmo condomínio que eu. Puta merda! E o carro lá, parado, a pessoa ruim de roda não conseguia sair do lugar... aff!!! Sabem o que eu fiz? Passei bem do lado com minhas sacolas e ignorei solenemente. Nem sei se a pessoa me viu. Mas que se dane, quero nem saber. Agora vou torcer para que o resto da semana não tenha nenhum problema sem solução, nenhum testemunha de Jeová, nem Mórmon, nem crente, nem porra nenhuma pra me encher o saco. E que, pelo amor, não encontre nenhum parente cretino pelo meio do caminho. E por último e mais importante: se não for pedir muito, que me apareça um bofe bem gostoso porque eu estou muito precisada. Sério mesmo.

terça-feira, 31 de março de 2009

Bye, bye, Zona Rural...

Gente, estou sem palavras. Demorei pra fazer esse post e fiquei pensando que muita gente não vai gostar, mas que se dane. O blog é meu e eu posto o que eu quiser. Pronto, acabou! Pelo título já deu pra perceber, né. Mais uma de Campo Grande, aquele fim de mundo. Nunca mais ponho meus saltos lá, eu juro!

Aconteceu que eu caí na besteira de ir a um show lá naquela lonjura e me arrependi muito. O show era da Maria Rita, mas eu já tinha visto o mesmo show, junto com uma amiga, lá na Fundição Progresso, na Lapa, e foi tudo de bom. Ficamos lá em cima, na primeira fileira, vimos e fotografamos tudo do melhor ângulo. Mas aí... inventaram de levar o show lá pra pqp, afinal de contas os habitantes da roça também merecem entretenimento. Sendo assim, minhas amigas de lá – que precisam se mudar com urgência, pelo amor – inventaram de ir ao tal do show. E pior: me convenceram a pagar pra ver aquilo. E a me despencar da minha casa pra lá no meio da chuva. Aí vocês me perguntam: mas se era o mesmo show, então por que um foi bom e o outro não?

Simples: porque tudo conspira contra Campo Grande, ou melhor, Campo Grande conspira contra si mesmo. O evento aconteceu assim: primeiro escolheram o pior lugar possível pra fazer o show. Um clube totalmente sem estrutura, apertado, um calor dos infernos, nem um camarim descente tinha. Sério, o camarim era uma parada aberta, que fecharam com cortinas mais finas do que as do meu banheiro. O camarote nem se podia chamar de “camarote”. Não tinha ar condicionado, não tinha buffet e nem bebida liberada. Nadaaa! Se o camarote era assim, imagina no meio do povo como estava. Tirei fotos do lugar e das pessoas sem noção para poder comprovar tudo o que eu digo, porque cada vez que falo mal de lá as pessoas reclamam e dizem que é um ótimo lugar pra se morar e coisa e tal. Dessa vez ninguém vai poder se defender, porque eu tenho provas e estou aqui no meu melhor estilo “Caco Antibes” pra dizer que odeio coisa de pobre. Depois colocaram um DJ pééééssimooo pra tocar antes do show, ninguém tava gostando daquilo. As pessoas vaiavam, reclamavam, mas mesmo assim estavam super ansiosas para ver Maria Rita, né. Só que a Maria Rita atrasou nada mais, nada menos do que quatro horaaaasss!!! E quando finalmente entrou no palco, cantou super rápido e foi embora. Fim.

Sinceramente, tudo bem que o lugar era uma merda e que o camarim também não prestava, mas fazer o público esperar quatro horas pra cantar correndo daquele jeito, foi uma falta de respeito. Mas levando-se em consideração que aquele camarim também era uma puta falta de respeito, ficou tudo em casa. Campo Grande não respeitou Maria Rita e Maria Rita não respeitou Campo Grande. É aí que eu digo que o lugar pratica autosabotagem (de acordo com a nova ortografia... hehehe...). Se fizessem uma coisa de boa qualidade nada disso aconteceria e os “eventos” de lá de fato poderiam ser chamados de Eventos, com letra maiúscula. Sei que não deu nem pra curtir o show, saborear o momento, as músicas, nada. Foi uma droga generalizada. Tudo lá é de baixa qualidade, até o site que tira fotos dos eventos. Vejam só se euzinha ia sair num site que se divulga través deste panfleto:

Desculpem a edição mal feita, mas ainda não descobri como se faz para tirar esse brilho da foto.

Jamais! Tratei de me esconder da foto. E depois eu entrei no site pra ver a foto que minhas amigas tiraram e adivinhem só: eu mandei a foto pra elas por e-mail, mas era impossível de abrir. Ninguém conseguiu abrir. Tô falando que não presta. Agora olhem só as fotos que tirei. Tinha de tudo, era gente cafona, gente sem noção, até a Rubra Rosa estava lá. Só Desculpem a edição mal feita, é que ainda estou aprendendo essas coisas de designer. Não está a oitava maravilha do mundo mas dá pro gasto. Escondi as caras das pessoas pra depois ninguém me acusar de uso indevido de imagem... rsrsrs...
A Rubra Rosa de Campo Grande. Pena que eu tive de esconder a cara de tacho da figura.
O chapéu até tá na moda pros mais alternativos, mas o desse cara era menor do que a cabeça dele.
Na min ha terra, o balde de bebidas é um balde de bebidas (dã!), de alumínio, mas esse aí é de lavar roupas, que nem um que tem aqui na minha área de serviço.
O camarote. Há quem diga que tinha buffet sim e bebida liberada, mas a julgar pela aparência de terraço de pobre, o buffet devia ser estilo churrasquinho de gato na lage e a bebida devia estar quente.
O camarim. Vendo isso dá até pra entender porque a Maria Rita quis sair correndo dali. ¬¬
Agora as cafonices das pessoas. Olha esse coletinho. Sem comentários. O look ficaria muito melhor e muito mais clean sem esse colete ridículo, só com a camiseta branca que combina super bem com jeans.
Pin up 1960. Reparem na combinação tosca de saia azul xadrez com blusa listrada vermelha e sapatilha xadrez vermelha e branca. O figurino está todo de mal: a blusa de mal com a saia que não quer ver o sapato nem pintado. E logo ao lado q emenda que saiu pior do que o soneto. Na tentativa de diminuir a cafonice (ou porque estava um calor do cacete), a pessoa deixou o sutiã de rendinha branca aparecendo.
Poncho de canga com estampa jamaicana. Sim esse tecido aí é de canga. E eu já disse que estava o maior calor? O que leva uma pessoa a usar um poncho num calor daqueles? E ainda por cima de canga? Pôôô...
Olha esse: sapato branco e blusa de seda estampada. Nem sei onde ele pensa que está, ainda tentei encontrar a época em que isso foi moda mas não achei. Acho que na verdade isso nunca foi considerado bonito. E reparem no detalhe do bolso: tem um pente de velho, daqueles que se enfia a mão pra pentear o cabelo, que os homens costumavam usar em 1800.

Bolsa de sofá, comprada no camelódromo a 10,00. Baratchénha e cafonééérrimaaaa. E prata já saiu de moda, é coleção passada.


Poi zé. Depois sou eu que falo demais. Depois dessa, Campo Grande novamente só em aniversário de amiga que não dá pra faltar. Até as reuniões da família serão repensadas. Beijos para todos e até a próxima.


sexta-feira, 27 de março de 2009

O fantástico mundo das webnovelas

Oi, gente. Quarto dia consecutivo de post, essa decoração nova realmente está me inspirando. Ontem eu estava aqui preparando o post sobre a Zona Rural que será publicado em breve e resolvi fazer uma expediçãozinha pela internet para buscar inspiração. Entrei em um site chamado Portal CG, badaladíssimo por lá já faz tempo. Achei o site meio fubá, não sei se pela minha implicância com o lugar ou se porque é fubá mesmo. Enfim... Lá tem uma sala de bate papo que está sempre vazia - sim, eu entrei pra ver qual era, afinal de contas não poderia falar sem saber do que estou falando... rsrsrs... - e vários links de coisas do bairro, comida, entretenimento, etc. Tem até a programação do cinema local que, diga-se de passagem, é péssimo. Aí no meio dos links tinha um de um blog e, como boa blogueira que sou, cliquei e fui ver do que se tratava. Para meu espanto o blog prestava e eu até salvei nos meus favoritos. É o blog do Felipe Cerquize e, pelo o que pude perceber, o cara é bem badalado em música e literatura. Sugiro aos locais que passem menos horas da tarde de domingo assistindo ao Faustão e deem uma lidinha nesse blog. Dali fui dar uma olhadinha nos links do Felipe Cerquize e no meio de um monte de coisas encontrei a cereja do bolo: webnovelas. Não resisti à curiosidade e cliquei, é claro. Nem sabia que isso existia, mas sim, são novelas feitas para serem exibidas na internet. Com capítulos e tudo. Elenco, tudo o que tem direito. Morri de rir, porque as histórias são bizarras demais da conta e os personagens são bem caricatos. Os nomes são estranhíssimos, parece até novela mexicana. E também para o meu espanto, alguns atores são até bons atores, melhores do que muitos globais que já estrelaram a novela das oito, como Mariana Ximenes e Thaís Araújo, que fazem todos os personagens ficarem iguais, dá até raiva. Fuxicando o site, entendi que também é coisa do Felipe Cerquize, mas não pude saber muitos detalhes porque está em manutenção, então nem todas as informações estão disponíveis. Sei que lá tem, além das webnovelas, um web programa chamado "Janela Discreta", provavelmente fazendo uma analogia com o filme Janela Indiscreta, de Hitchcock, que por sinal está na fila para ser assunto do blog. Não deu pra ver o programa, provavelmente por causa da manutenção do site, mas em breve pretendo voltar lá para tentar novamente. Tem também uns textos do Felipe Cerquize e umas coisas de teatro. O que eu mais gostei foram as webnovelas, que têm vinheta e tudo, além de serem engraçadíssimas. Tá vendo só como eu sei ser imparcial e, quando eu falo é porque tenho razão? Rsrsrsrs... Bem, por hoje é só. Beijos e até a próxima.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Tô famosa

Oi, gente! Realmente estou me superando, terceiro dia consecutivo de post. Hoje eu abri meu e-mail e tive uma surpresa: nossa super web designer me mandou um print screen do Google Imagens com uma foto minha! E detalhe: é a primeira foto que aparece ao digitar "Lara Gouveia".......... kkkkkkkkkkkk.......... Adorei! É a foto antiga que aparece, mas não interessa, sou eu arrasando no queijo. Aqui o print do Google. Essa super designer tá me saindo melhor do que a encomenda, acho que vou contratar sim, mas a pretensão salarial terá de ser discutida....... hehehe.......... Beijos para todos. (Eu causo.)


quarta-feira, 25 de março de 2009

Foto nova

Gente, olha que graça essa foto que eu ganhei de presente pro novo visual do blog. Quem fez foi minha primuxa Biankinha Beibe, na categoria super design talentosíssima. Super fofy. Gostei tanto desse novo visual que dá até vontade de ficar postando toda hora aqui, tanto que dessa vez me superei e escrevi ontem e hoje. Então é isso. Beijos para todos.

Novo visual

Oi, gente! Como vocês podem ver, depois de muito tempo, o blog finalmente ganhou o tão prometido novo visual. Não está lá a oitava maravilha do mundo, mas eu não sou nenhuma tecnology addict, então deixa assim mesmo que está muuuito melhor do que antes. Apreciem sem reclamar, por favor. O que aconteceu foi que hoje eu recebi, do nada, duas reclamações de pessoas que não se conhecem, ou seja, não foi combinado. Uma disse que o blog estava “entregue às moscas”, e a outra disse que “a laranja madura estava azeda”. ¬¬ Diante disso eu resolvi tomar vergonha na cara e fazer logo isso antes que o ano acabe e meu blog morra. Apesar de todo desleixo eu mereço palmas porque são três horas da manhã e eu estou aqui finalizando a atualização pra vocês. Só não consegui colocar o contador de visitas nem os marcadores de texto, se alguém souber, por favor, me ensine porque tá brabo aqui. Vou colocar ainda uma lista de livros e uma de filmes, mas para isso eu preciso ler os livros e ver os filmes, então esperem só um pouquinho. Tirei aquele monte de lixo de moda e beleza e coloquei uma listinha de blogs mais cult, podem visitá-los sem medo. Se eu achar por aí algum site interessante eu coloco também. Tem um post sobre a zona rural no forno, mas como envolve imagens e isso é novidade pra mim, ainda não deu pra terminar, mas logo ele será publicado. É isso. Espero que gostem da cara nova. Beijos para todos e até breve.

domingo, 8 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher

Oi, gente! Como hoje é o Dia Internacional da Mulher, resolvi dar uma pausa no meu "momento off" e postar algo sobre esse assunto. Essa semana eu recebi um e-mail da minha amiga Vegetariana com um texto muito interessante escrito por uma amiga dela, fazendo uma crítica à forma como a sociedade lida com o papel da mulher e à hipocrisia que cerca esse dia. O texto, que eu resolvi postar aqui com os devidos direitos autorais, deu o que falar. Um monte de gente respondeu a todos e virou quase um forum de discussão. O problema é que muitos não entenderam o significado do texto e o sentido usado pela autora. Para que isso não aconteça aqui e a coisa não vire bagunça, deixe-me explicar que a figura da rosa usada no texto se refere à sociedade como um todo, à hipocrisia da sociedade. Não quer dizer que nós mulheres não gostamos de ganhar rosas de alguém especial.
Para quem não sabe, o dia 8 de março é um dia que serve para marcar uma data histórica. Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica em Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". Dito isso, leiam o texto pensando no real significado desse dia.
***

Dispenso esta rosa!
Dia 8 de março seria um dia como qualquer outro, não fosse pela rosa e os parabéns. Toda mulher sabe como é. Ao chegar ao trabalho e dar bom dia aos colegas, algum deles vai soltar: "parabéns". Por alguns segundos, a gente tenta entender por que raios estamos recebendo parabéns se não é nosso aniversário (exceção, claro, à minoria que, de fato, faz aniversário neste dia). Depois de ficar com cara de bestas, num estalo a gente se lembra da data, dá um sorriso amarelo e responde "obrigada", pensando: "mas por que eu deveria receber parabéns por ser mulher?". Mais tarde, chega um funcionário distribuindo rosas. Novamente, sorriso amarelo e obrigada. É assim todos os anos. Quando não é no trabalho, é em alguma loja. Quando não é numa loja, é no supermercado. Todos os anos, todo 8 de março: é sempre a maldita rosa. Dizem que a rosa simboliza a "feminilidade", a delicadeza. É a mesma metáfora que usam para coibir nossa sexualidade -- da supervalorização da virgindidade é que saiu o verbo "deflorar" (como se o homem, ao romper o hímen de uma mulher, arrancasse a flor do solo, tomando-a para si e condenando-a -- afinal, depois de arrancada da terra, a flor está fadada à morte). É da metáfora da flor, portanto, que vem a idéia de que mulheres sexualmente ativas são "putas", inferiores, menos respeitáveis.
A delicadeza da flor também é sua fraqueza. Qualquer movimento mais brusco lhe arranca as pétalas. Dizem o mesmo de nós: que somos o "sexo frágil" e que, por isso, devemos ser protegidas. Mas protegidas do quê? De quem? A julgar pelo número de estupros, precisamos de proteção contra os homens. Ah, mas os homens que estupram são psicopatas, dizem. São loucos. Não é com estes homens que nós namoramos e casamos, não é a eles que confiamos a tarefa de nos proteger. Mas, bem, segundo pesquisa Ibope/Instituto Patricia Galvão, 51% dos brasileiros dizem conhecer alguma mulher que é agredida por seu parceiro. No resto do mundo, em 40 a 70 por cento dos assassinatos de mulheres, o autor é o próprio marido ou companheiro. Este tipo de crime também aparece com frequência na mídia. No entanto, são tratados como crimes "passionais" -- o que dá a errônea impressão de que homens e mulheres os cometem com a mesma frequência, já que a paixão é algo que acomete ambos os sexos. Tratam os homens autores destes crimes como "românticos" exagerados, príncipes encantados que foram longe demais. No entanto, são as mulheres as neuróticas nos filmes e novelas. São elas que "amam demais", não os homens. Mas a rosa também tem espinhos, o que a torna ainda mais simbólica dos mitos que o patriarcado atribuiu às mulheres. Somos ardilosas, traiçoeiras, manipuladoras, castradoras. Nós é que fomos nos meter com a serpente e tiramos o pobre Adão do paraíso (como se Eva lhe tivesse enfiado a maçã goela abaixo, como se ele não a tivesse comido de livre e espontânea vontade). Várias culturas têm a lenda da vagina dentata. Em Hollywood, as mulheres usam a "sedução" para prejudicar os homens e conseguir o que querem. Nos intervalos do canal Sony, os machos são de "respeito" e as mulheres têm "mentes perigosas". A mensagem subliminar é: "cuidado, meninos, as mulheres são o capeta disfarçado". E, foi com medo do capeta que a sociedade, ao longo dos séculos, prendeu as mulheres dentro de casa. Como se isso não fosse suficiente, limitaram seus movimentos com espartilhos, sapatos minúsculos (na China), saltos altos. Impediram-na que estudasse, que trabalhasse, que tivesse vida própria. Ela era uma propriedade do pai, depois do marido. Tinha sempre de estar sob a tutela de alguém, senão sua "mente perigosa" causaria coisas terríveis. Mas dizem que a rosa serve para mostrar que, hoje, nos valorizam. Hoje, sim. Vivemos num mundo "pós-feminista" afinal. Todas essas discriminações acabaram! As mulheres votam e trabalham! Não há mais nada para conquistar! Será mesmo? Nos últimos anos, as diferenças salariais entre homens e mulheres (que seguem as mesmas profissões) têm crescido no Brasil, em vez de diminuir. Nos centros urbanos, onde a estrutura ocupacional é mais complexa, a disparidade tende a ser pior. Considerando que recebo menos para desempenhar o mesmo serviço, não parece irônico que o meu colega de trabalho me dê os parabéns por ser mulher? Dizem que a rosa é um sinal de reconhecimento das nossas capacidades. Mas, no ranking de igualdade política do Fórum Econômico Mundial de 2008, o Brasil está em 100º lugar entre 130 países. As mulheres têm 11% dos cargos ministeriais e 9% dos assentos no Congresso -- onde, das 513 cadeiras, apenas 46 são ocupadas por elas. Do total de prefeitos eleitos no ano passado, apenas 9,08% são mulheres. E nós somos 52% da população.
A rosa também simboliza beleza. Ah, o sexo belo. Mas é só passar em frente a uma banca de revistas para descobrir que é exatamente o contrário. Você nunca está bonita o suficiente, bobinha. Não pode ser feliz enquanto não emagrecer. Não pode envelhecer. Não pode ter celulite (embora até bebês tenham furinhos na bunda). Você só terá valor quando for igual a uma modelo de 18 anos (as modelos têm 17 ou 18 anos até quando a propaganda é de creme rejuvenescedor...). Mas mesmo ela não é perfeita: tem de ser photoshopada. Sua pele é alterada ponto de parecer de plástico: ela não tem espinhas nem estrias nem olheiras nem cicatrizes nem hematomas, nenhuma dessas coisas que a gente tem quando vive. Ela sorri, mas não tem linhas ao lado da boca. Faz cara de brava, mas sua testa não se franze. É magérrima (às vezes, anoréxica), mas não tem nenhum osso saltando. É a beleza impossível, mas você deve persegui-la mesmo assim, se quiser ser "feminina". Porque, sim, feminilidade é isso: é "se cuidar". Você não pode relaxar. Não pode se abandonar (em inglês, a expressão usada é exatamente esta: "let yourself go"). Usar uma porrada de cosméticos e fazer plásticas é a maneira (a única maneira, segundo os publicitários) de mostrar a si mesma e aos outros que você se ama. "Você se ama? Então corrija-se". Por mais contraditória que pareça, é esta a mensagem. Todo dia 8 de março, nos dão uma rosa como sinal de respeito. No entanto, a misoginia está em toda parte. Os anúncios e ensaios de moda glamurizam a violência contra a mulher. Nas propagandas de cerveja e programas humorísticos, as mulheres são bundas ambulantes, meros objetos sexuais. A pornografia mainstream (feita pela Hollywood pornô, uma indústira multibilionária) tem cada vez mais cenas de violência, estupro e simulação de atos sexuais feitos contra a vontade da mulher. Nos videogames, ganha pontos quem atropelar prostitutas.
Todo dia 8 de março, volto para casa e vejo um monte de mulheres com rosas vermelhas na mão, no metrô. É um sinal de cavalheirismo, dizem. Mas, no mesmo metrô, muitas mulheres são encoxadas todos os dias. Tanto que o Rio criou um vagão exclusivo para as mulheres, para que elas fujam de quem as assedia. Pois é, eles não punem os responsáveis. Acham difícil. Preferem isolar as vítimas. Enquanto não combatermos a idéia de que as mulheres que andam sozinhas por aí são "convidativas", propriedade pública, isso nunca vai deixar de existir. Enquanto acharem que cantar uma mulher na rua é elogio, isso nunca vai deixar de existir. Atualmente, a propaganda da NET mostra um pinguim (?) dizendo "ê lá em casa" para uma enfermeira. Em outro comercial, o russo, garoto-propaganda puxa três mulheres para perto de si, para que os telespectadores entendam que o "combo" da NET engloba três serviços. Aparentemente, temos de rir disso. Aparentemente, isso ajuda a vender TV por assinatura. Muito provavelmente, os publicitários criadores desta peça não sabem o que é andar pela rua sem ser interrompida por um completo desconhecido ameaçando "chupá-la todinha". Então, dá licença, mas eu dispenso esta rosa. Não preciso dela. Não a aceito. Não me sinto elogiada com ela. Não quero rosas. Eu quero igualdade de salários, mais representação política, mais respeito, menos violência e menos amarras. Eu quero, de fato, ser igual na sociedade. Eu quero, de fato, caminhar em direção a um mundo em que o feminismo não seja mais necessário.... Enquanto isso não acontecer, meu querido, enfia esta rosa no dignissímo senhor seu cu.

Marjorie Rodrigues
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O texto recebeu muitas respostas idiotas de gente que não entendeu patavinas, mas também recebeu coisas interessantes que realmente merecem ser pensadas principalmente por nós, mulheres. Um dos comentários mais interessantes foi este enviado por um homem:
"Alô todos,
Gostei do texto, muito interessante, concordo amplamente com a autora. Entretanto, uma coisa me chamou a atencao. Se 52% da populacao brasileira é formada por mulheres e, se nao me falha a memoria, elas conquistaram o direito a voto em 1930, entao a explicação para o pequeno número de mulheres no nosso congresso ( e em outras situações onde haja algum tipo de eleição) é que mulher não vota em mulher.
Abraços ."
E ele tem toda a razão. Às vezes nós nem percebemos, mas lutamos por coisas e na prática fazemos tudo diferente. Precisamos pensar nisso, mas não só pensar, mudar de atitude para que nossas lutas e conquisatas realmente façam sentido. E que não só o Dia Internacional da Mulher seja um dia de reflexão para nós.