... na beira da estrada, tá bichada ou tem marimbondo no pé!!!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ditaduras modernas

Oi, gente. Desculpem não ter postado o texto ontem, é que a internet deu problema e eu não consegui. Na verdade a internet ainda está com problema e eu tive que dar um "jeitinho" aqui para pelo menos postar o texto que escrevi com tanto carinho para vocês. Segue abaixo na íntegra o post que deveria ter sido publicado ontem. Não mudei uma vírgula... rsrsrs...
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Oi, gente. Desculpe a falta de post da semana passada, é que fui fazer o tal do ENADE e isso me desgastou tanto que não tive condições de fazer mais nada no domingo. Um horror aquilo, e não serve para nada. Sim, porque a maioria das pessoas só aparece mesmo para assinar o nome na lista, senão perde o diploma, o que aliás é uma sacanagem. Eles obrigam a gente a sair de casa num domingo à tarde, ir a um lugar que a gente não sabe onde é (nunca é perto de casa) pra fazer uma prova que não avalia nada e que 90% das pessoas boicotam. Isso sem falar no fundo musical em estilo funk que estava tocando em alguma laje de algum pobre sem camisa que com certeza estava fazendo churrasco de alcatra porque a picanha está cara. Quando cheguei daquela verdadeira via crucis ainda tive o problema da internet que não estava funcionando, aí mesmo é que meu tesão de escrever foi embora. Aliás, esse problema da internet está muito freqüente. Agora, por exemplo, enquanto eu estou aqui escrevendo, também não está funcionando. Espero que até o fim do dia volte para que eu possa postar o texto. Eu hein, assim minha reputação vai para as cucuias, dois domingos seguidos sem post não dá. Mas deixa isso pra lá e vamos ao assunto de hoje.
Hoje de manhã chegou aqui em minha casa uma revista da qual sou assinante. A revista chega toda semana porém eu raramente tenho tempo para ler. Mas hoje, após receber a notícia de que uma pessoa conhecida foi parar no hospital no mais belo estilo Britney Spears, ou seja, amarrada na ambulância e fazendo escândalo, depois de tomar uma determinada quantidade de chumbinho na frente de mais duas ou três pessoas (será que ela realmente achou que ia conseguir se matar com esse público todo?) eu decidi que ia ler a droga da revista pra fazer juz ao meu dinheiro e também porque precisava me concentrar em algo sério, pois já estava me sentindo mal de tanto rir do episódio digno de um helicóptero da Globo. Depois de rir tanto, percebo que recebi um castigo divino, como uma espécie de carma, porque semana passada eu fiz uma cirurgia no dente e agora meus pontos e minha gengiva estão vermelhos e coçando. Acho que isso é uma inflamação. Aff... Estou me sentindo como naquele episódio de Grey's Anatomy no qual a Addison fica com dermatite nas partes íntimas e atribui isso ao carma por ter dormido com o melhor amigo do marido. É isso: a inflamação da minha cirurgia veio porque eu ri da desgraça alheia. Mas paciência, foi engraçado.
Quando abri a revista dei de cara com uma frase da Preta Gil assim: “Não é uma vitória só minha, mas de todas as mulheres contra a ditadura da magreza.”, falando sobre a indenização de cem mil reais que ganhou da Rede TV! por danos morais por causa de piadas feitas sobre o seu peso no programa Pânico. Cara, adorei isso. Realmente é ridícula essa “moda” que determina que um ser humano normal deve se sentir excluído. Moda essa determinada por um bando de estilistas gays que morrem de inveja do nosso corpo cheio de curvas e por isso querem transformá-los em uma coisa reta e sem graça. E o pior é que nós mulheres ainda colaboramos com essa bobagem. Nos esforçamos para seguir essa moda e ficar com aquele corpo horroroso digno de um óbito por anorexia nervosa. Nada contra as magras, vejam bem, mas contra as mulheres que vão contra a sua própria natureza a fim de seguir a moda e, para isso, fazem sacrifícios absurdos. Tudo bem que a obesidade faz até mal para a saúde, mas viver em função dessa tal ditadura da magreza, além de fazer mal à saúde do corpo faz mal à saúde da mente também. Cada uma de nós deve ser feliz com o corpo que tem, cuidando dele da melhor forma, e não matando-o com dietas absurdas. Se nós passássemos a não aceitar isso, com certeza conseguiríamos mudar esse conceito. E não é só a parte da magreza não. Também tem as edições em photoshop que deixam as modelos com uma pele de veludo que nem sequer existe de verdade e nos fazem sentir feias, porque nossa pele não é tão perfeita como aquela. E nem poderia, aquela mulher da revista foi feita no computador. Outro dia eu estava na maior crise existencial por causa da minha pele, tudo porque me olhei no espelho perto da janela em plena luz do dia e vi todos os meus defeitos. Na mesma hora fui até o shopping, comprei corretivo e pó-de-arroz e passei a me maquiar até para comprar pão na padaria. Um tempo depois eu estava navegando na internet e vi um site que mostrava as modelos e atrizes sem maquiagem e, sinceramente, a minha pele digna de uma crise existencial está muito melhor que a de muitas delas. Há mulheres realmente muito bonitas cuja beleza deve ser reconhecida, mas há outras que sem o milagre da edição gráfica não sairiam nem no banner de propaganda da Loja Nota 10 de Madureira. A que eu mais gostei foi a Cameron Diaz sem maquiagem. Sempre achei essa atriz muito bonita, mas a pele dela ao natural é um verdadeiro mar de manchas de espinhas, um monte de manchas pretas pelo rosto todo. Definitivamente aquilo me consolou. Eu não preciso de photoshop para ser normal, mas ela sim.
Deveríamos pensar nisso de verdade. Pensar no quanto a indústria da moda e da beleza tem nos castrado, no quanto sofremos por bobagens e como deixamos que isso afete a nossa condição como mulheres. Devemos nos recusar a aceitar esse lixo que nos empurram porque o que importa mesmo é uma coisa com a qual poucas pessoas se importam: o que construímos intelectualmente. Porque um dia a bunda cai, o peito cai, as rugas aparecem e os cabelos ficam brancos, não tem jeito. E o que sobra é o que a gente tem por dentro, o que somos como pessoas, como profissionais competentes, etc. A vaidade é importante, claro. Devemos sim nos cuidar, nos arrumar, ficar bonitas, mas nunca fazer disso a única razão pela qual nos sentimos satisfeitas conosco. Se cada uma de nós se recusar a aceitar as coisas como são nesse momento, o mundo da moda e da beleza vai ter de se adaptar. Afinal, se já não vivemos mais em uma Ditadura, por que ainda nos submetemos a esse tipo de ditadura que só dificulta as nossas vidas e nos humilha, como fizeram com a Preta Gil na televisão? Na verdade ainda vivemos em uma ditadura e precisamos nos dar conta disso para lutar contra. Bem, por hoje é só, pensemos nisso. Beijos para todos, e um especial para as mulheres lindas e inteligentes que se amam porque sabem que são especiais. Até semana que vem.

4 comentários:

Anônimo disse...

é isso ai, baixo a ditadura da beleza rsrs!!
amei isso, estou me sentindo linda, maravilhosa e perfeita rsrs.

Preta Gil disse...

adorei o que vc escreveu, tenho uma aliada!!!beijos

Anônimo disse...

Esse assunto ainda dá muito pano pra manga. Eu não me sinto escrava da blz, muito pelo contrário.Isso é coisa de "homem-massa e mulher-massa".(Leiam o texto "O trabalho de Isaías" de Albert Jay Nock) que vcs vão entender.A massa tem aquilo o que quer. Se a nossa sociedade atualmente reconhece que há uma exploração na beleza de forma "injusta", isso é pq a massa quer. Isso é pq nossa sociedade (nós mesmos) queremos.Somos assim.Enfim, é uma abordagem longa, eu precisaria de um texto enorme pra explicar, mas como estou com preguiça, é isso aí.

Beijos;bye

Anônimo disse...

Tudo que escreveu no post é bem verdade... Talvez eu seja vítima dessa ditadura... Quem não é?? Crises existenciais?? Vááárias! Mas quer saber?? Faço as palavras de Priscila minhas "estou me sentindo linda, maravilhosa e perfeita" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk