... na beira da estrada, tá bichada ou tem marimbondo no pé!!!

domingo, 26 de outubro de 2008

O caso da moeda

Bom dia, pessoas! Hoje é dia de votação mas aqui estou eu escrevendo o texto antes de sair para votar. Eu já disse que voto muito longe e blá, blá, blá, mas esse discurso vocês já estão carecas de saber. Essa semana vivi meu inferno astral fora de época. Tomara que seja verdadeira aquela teoria que diz que “é preciso mergulhar no caos para alcançar o cosmos”, e tomara que o cosmos que me aguarda seja bastante compensador. Já estou até vendo um “cosmos” moreno, alto, sarado, bem dotado, bom de cama, rico, inteligente e com um carrão importado último tipo. Completamente apaixonado por mim. Eu mereço, depois de tudo o que passei.
Aborrecimentos à parte, vamos ao tema de hoje. Vocês lembram do Senhor Tranqueira, um que me chamou para sair e quando eu entrei no carro ele disse que não tinha dinheiro? Pois é, a criatura me ligou na semana passada. Nessa altura dos acontecimentos eu já tinha até deletado o telefone dele da minha agenda e o msn dele da minha lista. Assim, quando o telefone tocou e eu vi aquele número desconhecido, atendi sem saber quem era. Afe! Eu sei que foi Deus que inventou o identificador de chamadas para nos livrar desse tipo de situação, mas ele ainda não inventou uma agenda com memória infinita e, além disso, o diabo inventou o número restrito. Só para atrapalhar. Aí eu atendi e ele disse que queria marcar pra sair e tal. Quase perguntei se ele tinha dinheiro dessa vez, mas mordi a língua até sangrar e consegui calar a boca. Desliguei o telefone com um “ok, a gente vê” e voltei a conversar com um amigo meu pelo msn. Contei a história e ele começou a me dar dicas de como se livrar de um chato. Nada como pedir ajuda a um homem nessas horas, pois eles são os reis do bafo. Dão o bafo na gente como ninguém. Ele foi falando e eu fui me identificando naquelas situações. Ele disse: “Quando ele ligar, você atende e diz que não pode falar. Uma hora ele vai cansar de ligar”. E eu me vi ali. Já fizeram isso comigo. (O_O) Ele disse pra eu enrolar e, se ele me chamasse para sair, era pra eu dizer que já tinha algo para fazer e deixar para outro dia que, é óbvio, nunca chegaria. Também já passei por isso. (O_O) Aí eu disse: “Cruzes! Isso é o que vocês homens fazes com a gente!” E ele: “Ué! Vocês não lutaram tanto por igualdade? Então pague na mesma moeda!” (O_O) Tô bege!
Depois de recolher meu queixo que despencou, pensei que ele tem razão. Eu hein! Depois de tanto sutiã queimado, de tanta revolução, depois de conseguir a tal da liberdade a um preço caríssimo, eu ainda tenho de aturar esses babacas sem noção? Nem morta! Agora dou uma de Scarlett O'hara e digo: “Nunca mais passarei perrengue novamente!”. Sim, porque trabalhar com cólicas e TPM, ajudar nas contas e ainda ter de ser uma boa dona de casa não é mole. Isso sem contar que além de dar conta de tudo a gente ainda tem que chegar à sexta-feira linda e com as unhas feitas, além de ter de trabalhar durante a gravidez com todo o cansaço e falta de ar. Com todo esse esforço, deveríamos ser tratadas como verdadeiras rainhas, isso sim! Muito sábio esse meu amigo. Preciso ouvir mais conselhos dele.
Cansei de bancar a maratonista para agradar ao sexo oposto. Eles que se danem, não me esforço mais um milímetro. Mesmo porque já deu pra sacar que, quando o cara tá a fim, quando o Senhor Coração Blindado se apaixona, ele fica e pronto. Se o cara tá dando uma de idiota-sem-noção é porque não está a fim e ponto final. Esse meu amigo conselheiro, por exemplo. Me deu essas dicas todas e é óbvio que ele já fez muito isso, mas quando se apaixonou pela namorada dele a coisa mudou. Esses dias eu tava fuxicando no Orkut e vi um conhecido meu que era o maior mosca de padaria. Não namorava ninguém, só ficava sem compromisso, fez várias garotas legais sofrerem, não criava raízes de jeito nenhum, morou em vários estados diferentes e até mesmo o filho ele só vê uma vez por ano, pois o garoto mora no Nordeste. Aí do nada o cara conheceu uma mulher que mexeu com ele. Se apaixonou de um jeito que dá até enjôo, de tanto açúcar. Em poucos meses de namoro já estão falando em casamento e tudo. Pronto: o amor faz milagres. É claro que não vou me trancar em casa e nem deixar de conhecer pessoas, mas está decidido: não passo perrengue e não me esforço mais. Uma hora o “cosmos” acontece. E aí, preparem-se para pegar meu buquê quando eu jogar. Podem se estapear à vontade, que uma hora todos vocês, meninos e meninas, vão mergulhar no cosmos. É só uma questão de tempo. Bem, por hoje é só. Beijos e até semana que vem.

domingo, 19 de outubro de 2008

O pum

Oi, gente! Olha, não é por nada não, mas quase que o post de hoje não sai. Mas aí vi dentro da minha cabeça a minha amiga C. falando: “Cadê o post? Primeiro a obrigação, blá, blá, blá...”. E tomei vergonha na cara... hehehe... O fim de semana foi badalado, fui à Festa Ploc na sexta, lá no Circo Voador, cantei todas as músicas das Paquitas, tirei uma porção de fotos e ainda filmei o povo fazendo os passinhos dos anos 80. Muito bom! E ontem fui jantar no Outback. Cara, tudo bem que a comida é boa, mas tem fila pra entrar na fila e você passa mais tempo esperando do que lá dentro comendo. E não sei por que, mas não gostei do Outback da Barra. Acho que é porque não gosto da Barra. Acho o de Botafogo muito mais animado, logo a gente passa mais tempo lá dentro e a fila acaba valendo a pena. Então, dica do blog: se forem ao Outback, vão ao de Botafogo, naquele shopping que tem perto do Canecão.
Bem, vamos ao assunto de hoje, que são os gases, vulgarmente conhecidos como “pum”. Semana passada eu estava assistindo ao CQC, um programa de televisão que passa na Band toda segunda à noite. Para quem nunca viu, trata-se de um programa de humor que zoa a cara de todo mundo, mas de um jeito que realmente fica engraçado e não patético, como o Casseta & Planeta e o Pânico na TV. Estes pensam que são engraçados, mas o CQC é engraçado de verdade, e tem um quadro chamado "Top Five", que mostra as cinco coisas mais engraçadas e sem noção que passaram na TV durante a semana. Quem sempre aparece nesse quadro é a Maísa do SBT, e quem já viu sua atuação sabe bem o motivo. Para quem não lembra, Maísa é aquela garotinha de seis anos que apresenta um programa pra crianças aos sábados de manhã e no domingo participa de um programa com o Sílvio Santos. Eu não assisto, é claro (antes que vocês pensem mal de mim... rsrs...), mas já vi suas pérolas no Top Five e no Youtube. Aí na última segunda-feira a pequena Maísa apareceu no Top Five por causa de uma conversa sua com o Sílvio Santos nesse tal programa de domingo. Eis abaixo a reprodução do diálogo, com as devidas marcas de oralidade, é claro.

(...)
Maísa: Eu tô com dor de barriga...
Sílvio: Outra vez? O que você anda comendo, que está com dor de barriga?
Maísa: Não, é que desde lá de dentro eu tô com dor de barriga.
Sílvio: Como é que é? Quer ir no banheiro, ou não?
Maísa: É gases...
Sílvio: O que é que é? Não entendi...
Maísa: Era gases mesmo...
Sílvio: Mas Maísa...
Maísa: Já soltei uns aí...
Risos da platéia.
Maísa: O que que tem? Todo mundo solta pum aqui! Não tem ninguém que é seco, segurado!
Sílvio: Mas ô Maísa...
Maísa: Tá passando um fedorzinho aqui...
Sílvio: Maísa, presta atenção (...), você já imaginou a Hebe Camargo falar isso no programa?
Risos da platéia
Maísa: (...) quê que ta rindo de mim?...
Sílvio: Você já imaginou a Hebe Camargo falando isso que você falou no programa? Você conhece a Galisteu?
Maísa: Claro que sim!
Sílvio: Já imaginou a Galisteu falando isso no programa?
Maísa: O quê?
Sílvio: Isso que você falou. Você não falou “tô com gases”?
Maísa: Gases, é mesmo, tô com gases! Todo mundo fica com gases...
Sílvio: Mas não pode falar...
Maísa: Por que eu vou esconder minha vida?
(...)

Agora vejam vocês. Eu já disse aqui que não tenho afinidade com crianças, mas essa realmente entende das coisas. Adorei a parte em que diz que “ninguém é seco, segurado”. Me fez até refletir. Acho que o pum deveria ser algo aceito pela etiqueta, porque não tem nada mais desagradável do que não poder soltar um pum quando se tem vontade. Um pum reprimido até se vinga da gente, se prende cada vez mais lá para dentro e, quando você tenta soltá-lo mais tarde, ele se recusa a sair, causando terríveis dores no tórax e abdômen. É péssimo! Uma vez fui parar no hospital por causa de uma crise de gases. Horrível! E todo mundo solta pum, poxa, então qual é o problema? Outro dia estava lendo um livro e a personagem dizia que a certa altura da vida o avô dela passou a soltar gases em público. Só que o cara andava nas altas rodas da sociedade e mesmo na frente dos figurões ele soltava pum. Quando a avó dela reclamava, ele dizia: “Que é que tem? O comendador também solta pum!” Certíssimo! E parece que o pum advinha exatamente quando podemos ou não podemos soltá-lo. Reparem só. O pum só aparece nos momentos mais impróprios. Quando a gente está sozinho em casa, com toda a liberdade, nem lembra que ele existe; mas experimente sentar numa rodinha de amigos. Logo o pum quer sair e você não pode fazer nada. Daí você resolve levantar e ir ao banheiro dar uma aliviada. Pronto! Lá vai o pum se esconder, resolve não sair mais. Parece até um protesto, quer ser solto na frente de todo mundo. Basta você voltar para a rodinha que ele volta a querer sair! E vai nesse inferno a noite toda. E no fim das contas ele ainda se vinga de você pela repressão e só sai com muito laxante, chazinho e Luftal. Eu sou a favor da liberdade do pum, soltemos pum em público e pronto! Acho que deveria ser assim: zona para peidantes e não peidantes. Quando a gente vai a um restaurante não tem o lado dos fumantes e não-fumantes? Então, deveria ter uma zona para aqueles que querem soltar seus gases e outra para os que não querem. É claro que, assim como a ala dos fumantes, a dos peidantes seria em local arejado, perto da janela, ou até mesmo ao ar livre. Pensemos nisso. Por hoje é só, mas segue abaixo o link do Youtube onde o vídeo da Maísa pode ser visto. Beijos para todos e até semana que vem.

domingo, 12 de outubro de 2008

As novas convenções da modernidade

Olá, leitores. Vou começar o post de hoje pedindo desculpas pela falta da semana passada. Sei que os manuais de redação contemporâneos condenam os pedidos de desculpas nos textos, mas que se dane, isso aqui não é uma monografia. Semana passada eu tive de ir votar, e como a minha zona eleitoral é muuuito longe, não deu tempo de produzir nada. Eu sei que deveria ter feito o texto antes, mas eu não sou uma pessoa disciplinada, então esse tipo de providência não combina comigo. Sou do tipo que senta, escreve e posta, tudo em um espaço temporal máximo de duas ou três horas, pois divido minha atenção com o texto, o msn, o Orkut e o e-mail. Se eu não postar nada no dia do segundo turno das eleições, vocês já sabem o porquê. Além de ser longe, o trânsito vai engarrafado da porta da minha casa até lá. Parece que todo mundo resolve dirigir no dia das eleições, reparem só. A quantidade de gente fazendo merda no trânsito aumenta consideravelmente, e também aumenta a quantidade de pessoas almoçando nos restaurantes. Até parece que se trata de um grande evento (e até seria se tivéssemos políticos pelo menos descentes para votar). O dia das eleições é um excelente laboratório para um estudo do comportamento dos suburbanos que pensam como suburbanos. Mas deixa isso pra lá, pois o assunto de hoje não é esse.
Hoje abri meu e-mail e encontrei uma mensagem muito interessante (leia-se bizarra). Era um e-mail da Editora Globo me convidando para um seminário de nível nacional sobre qualidade de vida. Só que o tema “qualidade de vida” pode significar muitas coisas e, nesse caso, significa “relações amorosas”. Parece que esse tema me persegue, mas o fato é que, depois das minhas últimas aventuras, eu já estou farta dele. Que se danem os romances, não estou a fim e pronto. Já deu, esgotou. O seminário é de um dia, com inscrições gratuitas, mas pelo o que eu entendi, é em São Paulo e as despesas de viagem e hospedagem correm por conta do participante. Agora me diz: quem é maluco de viajar pra São Paulo, pagar passagem de avião, pra passar um dia ouvido debates sobre relações amorosas? Tudo bem que tem uma porrada de lanchinho, café e almoço de graça, mas não compensa. Por aí a gente já percebe que o público será basicamente de jornalistas feministas de São Paulo mesmo que escrevem sobre o assunto em algumas revistas e mais uma meia dúzia de desocupadas que querem almoçar de graça, se sentindo “as chiques”. Agora que já falamos do quesito “condições do evento”, vamos ao quesito “conteúdo”.
O dia será composto por três temas. O primeiro deles é o seguinte: Os meus, os teus e os nossos – a família contemporânea, conflitos e dilemas; o segundo é assim: geração millenium – novas composições amorosas, amores instantâneos, internet e o amor e o terceiro: Auto-estima – a medida de gostar de si, extremos e exageros. Bem, o primeiro trata das famílias compostas por filhos de vários casamentos e outras combinações moderninhas, é até interessantezinho, mas não o suficiente pra me fazer pegar a ponte aérea. O segundo fala das relações amorosas moderninhas, que também não são novidades para ninguém, nem pro meu pai que tem cinqüenta e um anos e já namorou bastante pela internet. Até os gays estão assumindo numa boa suas “novas composições amorosas” e são felizes assim. Ontem mesmo eu estava conversando com um amigo gay e ele falou uma coisa certíssima: daqui um tempo os gays vão tomar conta do mundo de tal forma que vai haver preconceito contra os heterossexuais. E vai mesmo. Outro dia eu estava assistindo ao programa da Oprah Winfrey e vi duas histórias que me deixaram de queixo caído. Dois caras casados, pais de famílias, com filhos e tudo que depois de anos de casamento resolveram mudar de sexo. E detalhe: continuaram suas vidas normalmente com suas mulheres e filhos, que aceitaram tudo e assumiram a nova condição do pai de família. E eu que pensava que tinha a mente aberta... Abafa! E quanto aos amores instantâneos, é só assistir ao TV Fama ou ler a revista Caras que não se fala de outra coisa. As celebridades estão aí para comprovar, e não venha me dizer que são elas que estimulam e incentivam esse tipo de prática porque isso não é verdade. Elas são tão de carne e osso quanto nós e vivem na mesma sociedade que a gente, a diferença é que fazem parte de uma fatia que aparece na mídia. Quem sou eu? Uma anônima, então se eu tenho meus amores instantâneos ninguém fica sabendo, mas se a Débora Seco tem os dela todas as revistas de fofoca publicam e aí parece que ela é a única e tal. Palhaçada! Sou da opinião de que a arte imita a vida e não o contrário. Além do mais, os casinhos instantâneos sempre existiram, mas antigamente ninguém divulgava porque havia um compromisso babaca com o politicamente correto. Hoje todo mundo faz o que quer e pronto, é que nem os gays que casavam e tinham filhos só pra manter as aparências. Hoje todo mundo se assume e é feliz. A gente sabe que um casinho instantâneo não supre a necessidade que o ser humano tem do companheirismo e do amor verdadeiro, mas também não se acha o amor verdadeiro dando sopa na primeira esquina. E acredito que o amor “fast food” é uma tentativa de encontrar o amor duradouro que sempre se frustra. O importante é não desistir, continuar acreditando que é possível e tal, se não a gente esfria por dentro, congela.
Quanto ao terceiro tema, o da auto-estima, será que existe um limite para gostar de si mesmo? Eu acho que não. Quanto mais gostarmos de nós mesmos, melhor. O que não pode é confundir as coisas. Tem gente que pensa que gosta tanto de si mesmo que não precisa de mais ninguém, nem de amigos. Aí já não é amor próprio, é justamente o contrário. Essa pessoa não se ama, pensa que se ama. A pessoa que se ama tem amigos e quer estar perto deles. A pessoa que se ama sabe canalizar suas energias (até mesmo as energias negativas, como a raiva e a inveja) de forma positiva, transforma as situações ruins em favoráveis, porque sabe viver um dia de cada vez, sabe conquistar o que é importante para si sem ficar reclamando nem se colocar no lugar da vítima. Auto-estima não tem nada a ver com “se mandar flores”, “se amar e ser correspondido” e outras bobagens que ouço por aí. As pessoas tratam a gente como a gente se trata. Se você se ama, com certeza será amado pelos outros. Se você acredita em si mesmo, com certeza os outros acreditarão em você. E por aí vai. Quanto às convenções, que se danem. O importante é ser feliz, não importa se você é gay ou heterossexual, se tem uma família de comercial de margarina ou é mãe solteira. A felicidade está dentro da gente e discutir temas que procuram definir o que é certo ou errado é a maior besteira. Por hoje é só. Beijos e uma boa semana para todos.

P.S.: Repararam que agora temos uma rádio no blog? Funciona assim: eu escolho um artista e a rádio toca as músicas desse artista e de outros parecidos. Coloquei Marisa Monte, mas aceito sugestões.