... na beira da estrada, tá bichada ou tem marimbondo no pé!!!

sábado, 25 de julho de 2009

O guia da confusão

Essa semana deu no jornal uma matéria sobre um guia turístico chamado Rio for Partiers que tava dando o maior quiprocó por causa de uma classificação das mulheres cariocas. Pelo o que eu entendi, o guia já existe faz tempo, mas tinha, sem autorização, a impressão do selo Brasil Sensational na capa, selo esse que serve para a divulgação do turismo brasileiro. Aí a EMBRATUR entrou na justiça pra tirar o tal do selo da capa e o guia de circulação, sob a alegação de que denegria a imagem da mulher brasileira e estimulava o turismo sexual.

Ok, vamos lá. O tão falado guia foi escrito por um brasileiro chamado Cristiano Nogueira, mesmo nome de um pastor famoso que tá bombando no Google. Além desse guia, ele escreveu um sobre Salvador, um livro de português para falantes de língua inglesa e um outro guia sobre o Rio de Janeiro em Espanhol, que eu não sei se é simplesmente uma tradução ou se é outro livro mesmo. Sei que a capa é diferente.

Peguei uma “amostra grátis” em PDF no site do guia para ver o conteúdo. A parte que classifica as mulheres não veio junto, mas está em todos os sites de notícias da web. A capa me agradou em parte, pois apesar de trazer fotos de bundas, não achei tão photoshopado. Tinha até uma bunda caída com celulite e tudo e uma outra com a cintura mais gordinha. Além disso, traz dicas sobre tudo no Rio de Janeiro, lugares para se hospedar, passeios interessantes, programas culturais, opções para os dias de chuva, música, baladas, comida e até dicas de outras cidades como Búzios, Ilha Grande e Petrópolis. Logo no começo tem uma espécie de mapa que explica o funcionamento básico da cidade: diz que o Rio se divide em quatro zonas principais (zona norte, sul, oeste e centro) e que o turismo se resume basicamente à zona sul e ao centro, que a zona norte é um subúrbio pobre onde quase nenhum turista aparece, e que o resto é zona oeste. As únicas exceções da zona norte são o Maracanã, a Floresta da Tijuca e a quadra do Salgueiro. Diz também que a Barra é onde começa a zona oeste e é o lado melhorzinho do subúrbio com praia, shoppings e vida noturna, e caso o turista fique curioso em saber como são as coisas no subúrbio que vá à praia do Pepê, à boate Nuth, à Joatinga e ao Barra Shopping, só pra ver qual é. Bem, já deu pra ver que o guia fala de várias coisas e não só de mulheres, né? Ok.

Depois disso vai falando da cidade até chegar à polêmica classificação feminina em quatro tipos. Como as traduções dos sites estavam muito ruins, mal pontuadas e completamente sem concordância, resolvi fazer uma edição no texto, porém sem alterar o conteúdo, pois meu blog não é a casa da mãe Joana e eu não publico textos mal feitos. Vejamos:

Britney Spears: são lindas e filhinhas de papai. Normalmente são metidas. Esqueça-as;

Hippie/ raver: são mais divertidas, fáceis de chegar, boas de papo, difíceis de beijar. É fácil beber e se divertir com elas;

As com mais de 30 anos: gostam de se divertir, dançar, beber e beijar. Trate-as como damas e elas o tratarão como um rei, talvez não esta noite, mas amanhã com certeza;

Popozudas: são máquinas de sexo. Elas malham, vestem calças apertadas que entram no bumbum, pintam o cabelo de louro e fazem de tudo para ficarem lindas. Bom investimento, já que o motel é sempre uma possibilidade com estas gatas... caso você também seja sarado.

Fora isso diz também que o cara não deve abordar a mulher na praia no fim de semana e nem se convidar para a casa dela, mas sim chegar de vagar e fazer um passeio por perto dos melhores motéis. Só não diz que, numa dessas, o turista desavisado pode encontrar uma pistoleira pelo meio do caminho e levar um boa noite Cinderela da moça, ser assaltado e acordar sem passaporte. Bem feito, pra deixar de ser otário. Ninguém mandou sair de casa pra zoar no país dos outros.

Antes de discutirmos a tããão polêmica classificação, vamos ver primeiro outros aspectos. O guia é meio viagem, mas tem dicas muito interessantes, até mesmo para nós cariocas. Apesar de eu sempre criticar essa gente que pensa que Rio de Janeiro se resume à praia de Copacabana, eu achei engraçadíssima a forma direta com que o autor fala, assim na lata, que a parte do turismo é essa mesmo e pronto, acabou. Também achei engraçadíssima a dica sobre a Barra da Tijuca. Realmente, se o cara for a esses lugares indicados, vai ter a ideia exata do que é o subúrbio carioca, afinal a Barra é igualzinha a todas as outras partes do subúrbio, incluindo os bairros por onde passa a linha dois do metrô.

Agora falando sobre a classificação feminina. Tem também uma parte dedicada os meninos, que vem logo depois da parte que fala do Dia Gay (que deve ser a Parada Gay de Copa), então eu imagino que seja dedicada aos gays, já que mulher não viaja e muito menos beija na boca. Até agora ninguém tocou nessa parte nem disse se tem ou não classificações pra eles também. Nem preciso dizer que eu estou roxa de curiosidade. Mas quanto à parte feminina da coisa, vamos analisar. A primeira delas é a do tipo Britney Spears. São as patricinhas que moram na zona sul e na Barra. O autor do guia fala pro turista deixá-las pra lá. Uma injustiça, e um erro de classificação. As patricinhas adoram um turista sarado. Elas não gostam é de cariocas pobres e sem noção que não têm dinheiro nem pra rachar a conta, mas aí nem eu gosto. A segunda é a hippie/ raver, as alternativas, muito divertidas e boas de papo. Se o turismo se resume à zona sul e Barra, tem até chance da moça falar um inglês fluente e pode ser que role boa comunicação. A terceira é a mulher com mais de 30, nesse caso aquelas desesperadas que não podem ver um homem que já caem matando. A Britney que se cuide, pois se tem uma coisa péssima para uma mulher de 20, é a mulher de 30. Problemão. E a quarta é a popozuda, aquela que o turista só vai ter duas chances de encontrar: uma se ele for fazer turismo em alguma favela da zona sul, e a outra se ele se aventurar pela zona norte e resolver dar uma chance à quadra do Salgueiro em dia de Furacão 2000. Fora isso, só levando o cara pra dar um passeio nos pontos obscuros do subúrbio, aqueles que o guia não recomenda. Mas a popozuda constitui outro erro de classificação: elas não gostam só de caras sarados, elas gostam de qualquer um que tenha – desculpem a linguagem chula – pica, e se essa pica tiver dinheiro, melhor ainda. Quem gosta só de sarados é a Britney.

Até aí, não vi nada de mais. Tem milhares de textos na internet falando sobre isso, criticando o guia, e que a imagem do Brasil é péssima por causa do Rio de Janeiro e blá, blá, blá. Até eu, antes de saber direito do que se tratava, fiquei pê da vida, mas quando li as classificações o que senti foi vergonha, porque o que acontece ali é simplesmente uma constatação de fatos. Infelizmente é assim que muitas mulheres se comportam e a classificação se encaixa perfeitamente em tais comportamentos. As mulheres deveriam é se valorizar mais, e não reclamar do modo como são vistas. Se são vistas dessa forma é porque fazem jus a isso. Eu sou mulher e sinto vergonha por muitas mulheres por aí. Bem feito que deu esse furdunço todo, e tomara que essas otárias se manquem e parem de esfregar na cara de tudo quanto é homem que aparece. Tudo bem que nem todas as mulheres se comportam dessas formas, mas é fato que esse tipo de comportamento existe. E o que mais indignou o povo foi a classificação das “popozudas”, por serem chamadas de “máquina de sexo”. As classificações “Britney” e “mulher com mais de 30”, igualmente ofensivas, nem estão incomodando tanto. É como se fosse bom ser tachada de "patricinha inútil" e "trintona desesperada", mas “máquina de sexo” não pode. E se fosse uma classificação masculina, “máquina de sexo” seria digno? Seria mais que digno, seria até um elogio aos garanhões de plantão. Francamente, espero que isso sirva de reflexão. Retirar o guia de circulação não vai mudar nada, a realidade de putas desse país continuará sendo a mesma. O que tem de mudar é o comportamento dessa gente, isso sim. E nem digo isso pra me fazer de santa, porque não sou mesmo e todo mundo sabe disso. O que eu estou tentando dizer é que os homens tratam a gente mal porque nós deixamos. E deixamos porque não nos valorizamos. Então bem feito pra gente!

Quanto ao resto, estou esperando um guia que inclua como opção de passeio um tour pela favela de Rio das Pedras em dia de feira, com direito a dançar funk no Castelo; uma passadinha no Hip Hop do viaduto de Madureira e na Feijoada da Portela. Depois um breve banho de sol no posto 11 do Recreio dos Bandeirantes, com direito a virar a esquina e dar de cara com aquela favela horrorosa que é vizinha dos prédios chiques que ficam em frente à praia. Outra excelente opção de praia é a Barra de Guaratiba, com o esgoto saindo das casas e passando pela areia, onde o nosso querido turista estaria tomando seu banho de sol para pegar bem a marquinha dos óculos na cara, até chegar ao mar, onde mais tarde ele daria seu mergulho. No dia seguinte pode-se fazer escala na Via Show e na Rio Sampa. Pra shopping podemos pensar em Norte Shopping em dia de sábado ou pegar um cineminha no Madureira Shopping Rio, só pra ver qual é. Aí sim, depois disso tudo me digam se tem ou não tem turismo no subúrbio. Essa gente é engraçada: vai fazer turismo nas favelas da zona sul, com direito a bala perdida e toque de recolher, mas não podem dar uma passadinha no subúrbio porque aí perde o status de turismo. Francamente...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um homem ou um gato?




Olá, pessoas. Desculpem a demora, mas eu estava sem inspiração. Agora que minha inspiração voltou, quero falar sobre um assunto que foi objeto de reflexão hoje à tarde, no meu momento de ócio contemplativo, tão necessário à criação de coisas úteis como, por exemplo, os textos que eu posto neste blog de vez em quando. Aposto que se o G1 ficasse dois dias sem atualizar vocês também reclamariam horrores com a equipe.

Bem, eu estava aqui hoje lembrando de um fato ocorrido há um tempinho, mas que me marcou. Acho que a lembrança veio por causa de duas coisas horríveis que me aconteceram hoje: a primeira foi um passarinho que entrou no meu quarto pela janela, e a segunda foi um bicho, que eu acho que era um besouro verde, que também entrou pela janela um pouco depois do passarinho. Eu moro em um lugar bastante urbanizado, mas acho que os bichos estão ficando sem espaço na natureza e por isso estão se mudando para a cidade grande. No primeiro evento eu tive sorte: o passarinho entrou e saiu sozinho. Ufa! Já no segundo evento, o besouro maldito entrou e se escondeu dentro de uma bolsa de palha que estava no chão do quarto e eu tive de jogá-lo fora por conta própria. Estou traumatizada. E nem preciso dizer que tenho pânico absoluto de qualquer coisa que voe perto de mim. Desde sempre, não sei por quê.

Depois desses dois eventos e do sufoco que passei pra conseguir jogar fora o besouro xexelento, me lembrei de um dia em que eu estava na faculdade e do nada apareceu uma caixa cheia de baratas dentro, no meio do corredor. Ok, eram umas duas baratas, mas mesmo assim eu fiquei impedida de passar para chegar ao banheiro. Nisso tinha um otário no corredor e quando eu, minha amiga e mais uma menina lá começamos a dar chilique (super normal), ele ficou: “coitada da barata... blá, blá, blá... tá com medo disso?” Que ódio! Um loser! Aí eu não perdi a oportunidade e comecei a gritar bem alto que em letras só tem veado e que numa hora dessas não aparecia sequer uma sapatão pra matar a porra da barata. Essa foi pra ele, lógico. Babaca!

Odeio homem que não mata barata e outros insetos. Um bando de maricas que ainda dizem que estão com pena da praga pra inventar desculpa esfarrapada. Matar barata é coisa de homem, eu sou fresca e tenho pânico, mas os bofes de hoje em dia são um bando de donzelas que têm medinho de matar barata. E depois tem gente que não entende por que algumas pessoas nunca se casam. Eu explico: se for pra casar, quero um Homem que mate a barata. Senão eu fico solteira e crio um gato pra matar barata, rato e outras pragas eventuais. E com a vantagem de que o gato é carinhoso, companheiro e amigo, enquanto alguns homens... bem, deixa pra lá.

Termino este texto com um recadinho para os machu-chus de plantão. É mais um alerta: sejam homens e aprendam a fazer coisas de homens, porque já que vocês cobram da gente certas atitudes, precisam fazer por onde. Além do mais, as mulheres hoje matam um leão por dia para sobreviver e já estão acostumadas a serem independentes, mas quando o assunto é relacionamento elas querem ficar do outro lado, querem se sentir protegidas, para fugir um pouco da rotina. A ideia é essa. Então nem adianta vir com esse papinho de que mulher tem que matar barata. Até tem, mas já que é pra isso, então não precisa de homem. Se quiserem fazer parte das nossas vidas, tratem de virar machos, e deixem de ter medinho de barata, porra! Pronto, falei.

sábado, 4 de julho de 2009

A morte de Michael

Michael Jackson morreu. Semana passada, na quinta-feira. Hoje é sábado da semana seguinte e ainda não se fala de outra coisa. Será que até o Natal ele será enterrado?
Tem mais de uma semana que só se fala disso em todos os meios de comunicação existentes. O cara já vendeu milhões de álbuns depois de morto, tanto que deu até pra pagar as dívidas dele. Vendeu mais que Elvis Presley com sua morte também repentina. Já fizeram missa de sétimo dia pra ele no Rio de Janeiro, já fizeram estátua homenageando-o em uma galeria em São Paulo e o velório vai ter até ingresso sorteado para os fãs. O site da internet onde é feito o cadastro para o sorteio já recebeu zilhões de visitas. O caixão dele será coberto de ouro e forrado com veludo, mais confortável do que a minha cama. Mas ele é o Michael Jackson, né, merece descansar em paz em um super caixão de veludo e ouro; além do passeio numa carruagem linda, toda branca, igual à da Cinderela. Pelo menos não vai virar múmia, como estavam falando. Até o testamento dele e um documento de avaliação de seus bens estão disponíveis em PDF.
A questão é: pra quê essa palhaçada toda? Por que tanto fuzuê em cima da morte de uma pessoa? Todo mundo morre, a morte é pressuposta pela vida, e não deveria ser esse tabu todo. Além do mais, a morte do MJ está abafando várias coisas que deveriam ser divulgadas pela mídia, como por exemplo, a queda desse avião no Oceano Índico que teve uma menina sobrevivente, mas em vez de ser super falada como toda queda de avião, só saiu o cheiro da notícia, porque MJ morreu e o mundo todo está muito ocupado acompanhando a morte dele pra pensar em outras 152 pessoas que morreram nesse avião que caiu.
Tudo bem que eu também acho um saco esse super consumo em cima dos acidentes de avião, mas trocá-lo pelo super consumo em cima da morte do MJ é ridículo. Nem Lady Di teve isso tudo. Nem o Rei do Rock teve isso tudo. Nem Frank Sinatra. É o primeiro enterro da história com ingresso e tudo, e se isso virar moda, preparem-se para a morte da Madonna – sim, ela também vai morrer um dia, desculpem. Tomara que o enterro dele saia logo, pelo amor que Afrodite tinha pra dar pra todos os deuses do Olimpo!

Caixão de MJ


Carruagem da Cinderela